Samu colocou o FC Porto 'a voar' neste jogo da Liga Europa (Rogério Ferreira/Kapta+)
Samu colocou o FC Porto 'a voar' neste jogo da Liga Europa (Rogério Ferreira/Kapta+)

Samu 'redigiu' o pacote laboral para o sucesso (as notas do FC Porto)

Espanhol marcou dois golos e colocou toda a gente de acordo: patrões, trabalhadores e eleitores. Froholdt é um cavaleiro da Dinamarca que parece montado num equídeo pois está em todo o lado
Melhor em campo: Samu (8)
Em dia de greve geral de protesto contra o novo pacote laboral elaborado pelo governo, o bom governo do FC Porto esteve intimamente ligado ao pacote laboral redigido pelo espanhol, com dois golos de belo efeito. E este Código do Trabalho do camisola 9 teve o condão de agradar a todos: aos patrões André Villas Boas e Francesco Farioli, aos trabalhadores companheiros de equipa de Samu e aos eleitores, leia-se massa adepta dos dragões. O internacional por nuestros hermanos tem evoluído imenso desde que chegou à casa portista: continua a fazer muito bem uso do enorme poderio físico e da altura — voltou a fazer um golo de cabeça — mas melhorou na receção e no passe, o que acaba por abrir muitas brechas nas defensivas contrárias.

Diogo Costa (5) — Numa primeira parte quase completamente descansada, ia oferecendo um golo aos suecos (33’) quando se embrulhou todo e por pouco não permitiu que a bola que lhe tinha sido passada por Pablo Rosario não entrasse na baliza. De resto, uma parada sem dificuldade (8’) e uma segunda parte em que quase fez greve de zelo, pois apenas se viu em apuros no golo caricato que sofreu.

Martim Fernandes (6) — Foi por milímetros que não marcou (7’) e incorporou-se muito bem no ataque, dando profundidade ao flanco direito portista. Não tem a rotação do concorrente direto, Alberto Costa, mas a equipa não ficou a perder por aí além com a sua entrada em campo.

Bednarek (7) — O xerife de Solupca. Pode até nem falar uma palavra de português mas é claramente o patrão da defesa portista, com um sentido posicional assinalável e uma compleição física invejável.

Kiwior (7) — Esquerdino e com melhor capacidade na primeira fase de construção do que o companheiro do lado e compatriota, não se exime de dar o corpo às bolas quando é preciso, como naquele lance ao minuto 12 em que com o peito impediu que o remate de Soumah fosse à baliza de Diogo Costa.

Francisco Moura (5) — Tudo bem até ao último minuto de compensação, quando perdeu a noção do tempo e do espaço, colocou-se em trabalhos desnecessários e introduziu a bola na própria baliza.

Froholdt (7) — O cavaleiro da Dinamarca. Não joga em cima de um cavalo, como é óbvio, mas como anda por todo o lado e mais algum dentro do terreno de jogo mais parece que está montado num equídeo. Por duas vezes na primeira parte esteve perto do golo (13’ e 45+1’), numa chegada à área contrária que é mel para uma equipa que joga sempre em posse e que imensas vezes se debate com equipas fechadinhas em bloco baixo. Na segunda parte (82’) voltou a ameaçar muito.

Pablo Rosario (6) — O dominicano reapareceu no onze e deu um tratado ao nível do passe longo. A avaliação só não é mais positiva porque por pouco não cometeu um autogolo (33’) numa bola que disparatadamente endossou a Diogo Costa.

Rodrigo Mora (7) — A plateia, e com razão, agita-se cada vez que o jovem prodígio tem a bola nos pés, pois espera sempre o melhor possível. Por vezes o possível não condiz com o momento mais alto de qualquer jogo, o golo, mas muitas vezes coincide com um passe de morte para um companheiro de equipa, como naquele cruzamento carregado de açúcar para Samu inaugurar o marcador.

Pepê (6) — Não sabe tratar mal a bola, longe disso, mas frente a equipa tão insípida, esperava-se uma maior acutilância do internacional brasileiro.

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Borja Sainz (6) — É demasiado vertical, ou seja, está constantemente a procurar a linha de fundo, mas quando deriva para o meio vê-se que pode ter um papel importantíssimo, como aconteceu na forma como assistiu Samu para o segundo golo.

Eustáquio (5) — Entrou numa fase do jogo em que os dragões já não queriam cuspir fogo, mas apenas e só continuar a respirar bem.

Deniz Gul (6) — Entrou cheio de fome de golo mas não teve oportunidade de se saciar, sobretudo porque Robin Olsson (82’) executou uma defesa fantástica a uma bola por si rematada de cabeça.

Alberto Costa (5) — Deve ter direito a ouvir uma dura do treinador, pois não se faz um passe de cabeça dentro da grande área como aquele que fez e resultou no autogolo.

William Gomes (6) — Na ginja habitual, sempre da direita para o meio usando um pé esquerdo diferenciado.

Alarcón (5) — Por pouco não entrou com maior propriedade na história do jogo, mas Olsson defendeu a bomba por si rematada do meio da rua.