Rui Costa diz que criou «os alicerces para ganhar» e anuncia novidade

Presidente e candidato sente-se cada vez com mais força para continuar o trabalho que começou e volta a bater na tecla: «Nunca irei desistir do Benfica»; objetivo é chegar aos €500 milhões de receita; Nuno Catarino, atual CFO, será vice-presidente para a área financeira

EM ATUALIZAÇÃO

Rui Costa recuou quatro anos para recordar o início da última campanha eleitoral que o conduziu à presidência, depois de vencer Francisco Benitez nas eleições anteriores. Na qualidade de candidato, numa iniciativa de campanha na Quinta Boucinha, Vila Nova de Gaia, reconheceu que quatro troféus é pouco para apresentar aos sócios, mas defendeu que criou os alicercer para ganhar. Anunciou o objetivo de chegar aos €500 milhões de receita, aos 500 mil sócios, defendeu o projeto Benfica District e revelou que Nuno Catarino, atual CFO, será o vice-presidente para a área financeira.

«Foi da Casa de Gaia que parti há quatro anos e talvez tivesse levado dos maiores banho de benfiquista da minha vida. Se eu tinha entrado como interino a presidente, não esqueço aquele dia. Naquele dia, não podia fugir a esta missão. Não há nada melhor do que estar no meio dos benfiquistas. Sabemos lá em baixo quanto importante são as nossas casas espalhadas pelo mundo e não esquecemos a casa de Gaia. Deve haver poucas casas, se é que existem, com mais viagens para os nossos jogos», começou por dizer, no discurso aos cerca de 250 benfiquistas.

«Não foram quatro anos fáceis para mim, até pelo modo como entrei no Benfica. Apresento-me perante vós com a humildade de reconhecer que, quatro títulos, para todos nós, é pouco. São poucos. Mas sei também o que fiz durante quatro anos. E se me apresento com a humildade de referir o que não correu tão bem, também me apresento com força e vocês dão-me essa força para seguir em frente. Do Benfica nunca se desista e nunca vou desistir do Benfica. É a minha grande paixão, o meu grande amor e enquanto tiver forças, vou estar aqui com a responsabilidade de saber o que é ser presidente do Benfica», prosseguiu, na análise ao mandato.

Rui Costa valorizou a capacidade do Benfica ter discutido os títulos até ao final e disparou que «ganhar será o novo foco».
«Se estes quatro anos não foram fáceis, também houve muita coisa boa. E posso enumerá-las. E eu sei que sabem, caso contrário não estariam aqui a apoiar-nos. Jamais, pese o meu amor pelo clube, estaria perante vós sem a consciência plena de poder fazer um bom trabalho no Benfica. Não seria egoísta a esse ponto. É por isso que estou aqui perante vós, que estou com mais força para enfrentar os quatro anos. Quatro anos que serão de grandes desafios para nós, no qual o principal será ganhar, ganhar em tudo, cada vez mais. Se ganhámos pouco neste mandato, criámos os alicerces para ganhar. E quando não ganhámos, estivemos lá para ganhar e ninguém nos pode acusar disso. Não faço de derrotas vitórias, mas sei o que fizemos estes quatro anos e em como o fizemos crescer. Ganhar será o novo foco», partilhou.

Nuno Catarino na lista como vice-presidente

«Muitos falam das finanças do clube, o que não deixa de ser curiosos, para nós, benfiquistas. Como é que o clube que mais se fala financeiramente é o que está mais tranquilo. Que apresenta o resultado que apresentou, depois de resultados negativos, de grandes investimentos pensados e calculados. Aumentou-se o passivo, é verdade, uma vez que parte dele vinha da altura da covid-19, que recai do meu mandato. Pós isso, fiz um grande investimento, que leva parte do valor, assim como as obras do estádio, que orgulham os adeptos do Benfica. Mas estruturámos para que, depois, se entrasse na recuperação do mesmo. E não foi por causa do Mundial ou porque se vendeu um jogador. Foi graças a um crescimento de receita em todas as áreas. Uma das minhas premissas é que a parte financeira esteja para ao lado do desporto e não ao contrário. Farei novamente, com responsabilidade. Objetivo são 500 milhões de euros. Que saiam de um plano traçado por uma pessoa que num ano de Benfica nos tem dado muito, pelo seu profissionalismo, capacidade e grande benfiquismo, que é Nuno Catarino. E aproveito para anunciar que o vice-presidente para a área financeira será o Dr. Nuno Catarino», revelou, recebendo aplausos da plateia.

Rui Costa prometeu defender o Benfica na negociação dos direitos televisivos: «O Benfica não pode sair prejudicado e garanto que não vai sair. Temos propostas que nos permitem não perder em relação ao que temos hoje. E não vamos perder. Não aceitamos estas propostas para já, porque acreditamos que podemos chegar mais longe. Entendemos que o Benfica sozinho vale mais do que todos os outros. Não é vaidade, é uma realidade pela família que temos. Não sei como será a lei em 2028, mas sei que não pode, nem vai, prejudicar o Benfica.»

Insistiu, a finalizar, que o projeto Benfica District é para avançar: «Sempre na ordem do crescimento que queremos, existe o Benfica District. Não é um desenho nem um boneco, é uma realidade. Para termos cada vez mais orgulho na nossa casa, no Estádio da Luz. Este projeto não será só para embelezar o estádio, vai torná-lo, efetivamente, num dos mais bonitos do mundo. Mas servirá, acima de tudo, para dar melhores condições aos nossos adeptos, para aumentar a capacidade do estádio para 80 mil lugares. Sabem quantos sócios estão à espera do Red Pass, há necessidade de fazer isso no estádio. Vamos ter melhores condições para as nossas modalidades, vamos ter uma arena gigante que servirá para concertos, mas acima de tudo para as nossas modalidades. Haverá condições no interior do estádio muito melhores do que as que temos hoje, serão fundamentais para o crescimento do Benfica. Terá também a componente financeira, estimamos que dê um lucro anual de 40 milhões de euros. Se há gente com medo de fazer crescer o Benfica, eu não tenho esse medo. E não tenho medo de fazer um projeto seguro e que não envolve nada a ver com as nossas equipas. Que nenhum sócio pense que o Benfica vai deixar de investir no futebol e nas modalidades porque vai fazer este projeto. Este projeto é pago à parte, de forma paralela e não tem influência nenhuma no crescimento do clube, nomeadamente no desporto. Acima de tudo, faremos uma obra de uma dimensão maravilhosa para todos nós. Quando a obra estiver terminada, não há nenhum sócio do Benfica que não se orgulhe daquilo que foi feito.»

E rematou: «Muitos me perguntam pelo passado. Quero olhar para o futuro. Deixem-me olhar para o futuro.»