A BOLA detalhou alguns dados interessantes nos 12 primeiros jogos de Amorim na época passada e os de Rui Borges esta época
A BOLA detalhou alguns dados interessantes nos 12 primeiros jogos de Amorim na época passada e os de Rui Borges esta época

Rui Borges é parecido com Amorim. Menos num ponto...

Diferença entre o arranque do antecessor está na maior fragilidade defensiva. Mais golos sofridos, mais mexidas na defesa, menos jogos em branco. Mas produção ofensiva (mesmo sem Gyokeres) é muito semelhante. Basta olhar para os remates enquadrados nos 12 primeiros jogos: 70. Os mesmos que o agora técnico do Man. United tinha no grande arranque da época passada...

Rui Borges quer blindar a baliza dos leões. Esta a prioridade do treinador, pois na sua visão esta é mesmo uma das razões para o percurso oscilante da equipa neste arranque de 2025/2026. O problema está identificado, já foi debatido no balneário, e a ordem é para melhorar e consolidar estes processos no renovado sistema implementado esta temporada.

Mais do que a recente vitória suada em Paços de Ferreira para a Taça de Portugal, por 3-2 após prolongamento, marcada por uma avalanche ofensiva nunca antes vista na era de Rui Borges (impressionantes 39 remates, 10 enquadrados e... 25 cantos), ficou evidente essa fragilidade defensiva que tem vindo a penalizar a equipa neste arranque.

Rui Borges não está satisfeito e quer blindar a baliza do leão - Foto: MIGUEL NUNES

Rui Borges iniciou uma época pela primeira vez em Alvalade e com um novo ciclo, novas ideias, após as conquistas da época passada quando agarrou a equipa leonina. Na complicada e difícil passagem de testemunho de Ruben Amorim e após a fugaz era de João Pereira. Mas as comparações com o agora técnico do Man. United foram inevitáveis e A BOLA foi olhar para alguns números que mostram que o rendimento defensivo é mesmo aquele onde existem maiores diferenças no arranque dos treinadores nas últimas duas temporadas.

O percurso foi, curiosamente, idêntico. Com o arranque da Supertaça (Amorim com o FC Porto e Borges com o Benfica), duas jornadas de Champions e uma eliminatória de Taça de Portugal. Uma etapa que coincidiu com o melhor arranque de Amorim nos leões. 10 vitórias na Liga, um empate na Champions (PSV) e a derrota na Supertaça. Rui Borges já soma três derrotas (Benfica na Supertaça, FC Porto na Liga e Nápoles na Champions) e o ainda recente empate com o SC Braga na Liga. Mais alguns deslizes que são justificados pelo pouco acerto defensivo neste início.

Gyokeres e Harder primeiro, Luis Suárez e Ioannidis depois. As armas ofensivas dos leões nas últimas duas épocas

MESMO NÚMERO DE REMATES ENQUADRADOS

Até porque neste ciclo de 12 jogos, Rúben Amorim conseguiu terminar sete jogos sem golos sofridos, ao contrário do cenário atual, no qual os leões só conseguiram quatro clean sheets. Sustentados pelos apenas sete golos sofridos contra os 11 desta época. Uma inconstância que pode ser justificada pela radical mudança de sistema de uma linha defensiva de quatro jogadores, pois, nestes 12 primeiros jogos, Rui Borges parece ainda estar em busca de uma fórmula ideal, pois já utilizou seis quartetos diferentes. Ou seja, em metade dos jogos do leão esta época. Bem diferente do sólido trio que iniciou a última época com Amorim, que quase nunca abdicou de Eduardo Quaresma, Diomande e Gonçalo Inácio.

Se olharmos para o rendimento ofensivo existem, por sua vez, alguns pontos que se tocam. O Sporting de Gyokeres foi obviamente mais goleador: com 35 golos nesses primeiros 12 jogos, sendo que...12 (!) deles foram da autoria do sueco. Coletivamente, porém, a equipa continua a produzir muito. O Sporting sem Gyokeres marcou menos (28 golos) mas tem, por exemplo, o mesmo número de remates enquadrados: 70, sendo que no modelo de Amorim até houve mais remates neste período (241 contra os atuais 230). É no acerto defensivo que estão as diferenças...