Renato Paiva lembra Gonçalo Ramos no Benfica: «Marcava de todas as maneiras imagináveis»
Renato Paiva, livre no mercado após passagem por dois clubes do Brasileirão - Botafogo e Fortaleza -, concedeu uma entrevista, onde elogiou Gonçalo Ramos e explicou como sugeriu a alcunha de «mágico» e «feiticeiro». O treinador português orientou o avançado na formação do Benfica.
«Treinei-o durante três anos. É muito tempo. Sei que fui muito importante para o Gonçalo. Não treinei o João Neves. Saí quando ele chegou. Se há jogador que conheço bem é o Gonçalo. Quando comecei a trabalhar com ele, era um ano mais novo que o resto da equipa. Era um médio, um oito, box-to-box, por causa da capacidade de trabalhar em campo. Foi incrível. Mas corria demais e tivemos de corrigir. Uma coisa que me chamou à atenção é que marcava muitos golos como médio. A bola ia sempre parar ao Gonçalo. Estava sempre bem posicionado, na área. Conversei com os diretores do Benfica, porque era difícil encontrar números nove e bons avançados em Portugal. Física, tática e tecnicamente, tinha algumas dificuldades como médio, porque não era muito habilidoso tecnicamente. Fazia bons passes, tomava boas decisões, mas o primeiro toque era mau. Conversei com os diretores e disse-lhes que tínhamos um jovem que, provavelmente, seria um futuro número nove. Só precisa de um, dois ou três toques para marcar», revelou, em declarações à RMC Sport, explicando quando é que o internacional português passou a jogar como avançado.
«Nos sub-17, começámos a usá-lo como segundo avançado, a dar apoio ao número nove. Depois, nos sub-19, passámos a utilizá-lo como ponta de lança. Era impressionante como marcava golos nos treinos e depois nos jogos. Assumi a equipa B e o Gonçalo foi comigo. Tornou-se rapidamente no goleador da Segunda Liga. O treinador do Benfica chamou-o para trabalhar com eles e nunca mais voltou. Mas isso é normal, é para isso que existe a equipa B», acrescentou, dizendo como surgiu a alcunha de «mágico» ou «feiticeiro».
«Era como um mágico, porque a bola parecia que ia sempre para ele. Era um pouco como um ilusionista. Às vezes, o Gonçalo errava o remate, mas a bola continuava a rolar e acabava por entrar. Marcava golos de todas as maneiras imagináveis e as pessoas diziam que era um mágico, um feiticeiro», afirmou.
Renato Paiva falou sobre a maneira como o estilo de jogo de Luis Enrique no PSG se enquadra em Gonçalo Ramos.
«Acho que, na forma como Luis Enrique vê o futebol e quer que a sua equipa jogue, também utiliza o número nove para articular os ataques. O PSG não é uma equipa que cruza vinte bolas para a área durante os jogos. Não é uma equipa que utiliza o seu avançado apenas para marcar golos. Todos participam na construção do jogo. E esse é o problema, o ponto em que o Gonçalo tem dificuldades, na minha opinião. Quando o Gonçalo sai da área, tem problemas», disse.
Em França, Gonçalo Ramos é visto como um suplente de luxo do PSG: «Está lá naqueles momentos em que os jogos exigem força mental. Está lá quando o jogo exige bom posicionamento, a criação de oportunidades… E essas são as características do Gonçalo. Acho que é um verdadeiro goleador. É por isso que, mesmo não sendo titular no PSG, continua a fazer parte da equipa», rematou.
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