«Relação com Michael Jordan nunca foi muito próxima, mas em campo a química era excelente»

A lenda da NBA, Scottie Pippen, está em Espanha com a Fundação Sanitas como embaixador do desporto inclusivo, e voltou a abordar a sua relação com Michael Jordan.

Ao lado de Air, Pippen fez história com os Chicago Bulls, formando uma dupla incrível que conquistou seis campeonatos em oito anos na NBA.

Membro da Dream Team de 1992, regressou agora a Espanha e, em entrevista à Marca, recordou: «Nunca foi uma relação muito próxima (com Michael Jordan). Mas quando jogávamos, tínhamos uma química excelente. É assim que funciona este trabalho. O mesmo com Phil Jackson. Já não somos amigos próximos. A vida é assim, as coisas mudam.»

O antigo basquetebolista ainda abordou a capacidade das estrelas atuais, como Luka Doncic e Nikola Jokic, depois de ser relembrado que os últimos sete prémios MVP foram conquistados por jogadores não americanos.

«Não sei (se o Doncic consegue levar os Lakers à conquista do campeonato). O seu estilo de jogo levou-o às finais da NBA. Mas, não tenho a certeza se esse estilo o levará lá novamente. Foi um feito único», começou por dizer.

Depois, fez uma comparação entre o basquetebol de agora e do seu tempo.

«Não sei se poderiam dominar. Nos anos 80 e 90, pressionávamos em todo o campo. Jokić conseguiria levar a bola contra essa pressão? Não sei. Claro, ele consegue ver o campo e passar muito bem. Mas não sei se se sentiria confortável a levar a bola da defesa com essa pressão no ataque», argumentou Pippen.

O norte-americano de 60 anos diz que a sua equipa em 1996 foi única. «O que alcançámos naquela temporada classifica-nos como uma das melhores equipas da história».

Em mais um exercício imaginário, comparou os Chicago Bulls no seu auge à equipa dos Warriors em 2017 e disse não saber quem ganharia.

«(Risos). Depende das regras. Se jogarmos com as regras atuais, seria diferente. Mas com as regras dos anos 90, Curry não seria o mesmo. Se jogássemos na minha época, seria como jogar livremente: ninguém te segura, ninguém te para. Não sei quem ganharia. Não fomos feitos para lançar 25-50 triplos por jogo. Provavelmente ganhariam assim porque têm dois dos melhores atiradores, Steph (Curry) e Klay (Thompson). Mas jogávamos fisicamente, defendíamos com garra. Fazíamos as equipas marcar apenas 75-80 pontos. Hoje, isso é quase impossível», concluiu.