Recordista mundial da maratona suspensa três anos por doping
A queniana Ruth Chepngetich, atual detentora do recorde mundial da maratona feminina, foi suspensa por três anos pela Unidade de Integridade do Atletismo (AIU), após admitir uma violação das regras antidopagem.
De acordo com o comunicado da AIU, Chepngetich testou positivo para hidroclorotiazida (HCTZ) - um diurético proibido por poder mascarar outras substâncias - numa amostra recolhida a 14 de março de 2025. A análise revelou uma concentração de 3800 ng/mL, valor muito acima do limite mínimo de 20 ng/mL estabelecido pela Agência Mundial Antidopagem (WADA).
A atleta, que tinha sido suspensa provisoriamente em julho, afirmou inicialmente desconhecer a origem da substância. Contudo, em 31 de julho, alterou a sua versão, alegando ter adoecido dois dias antes do controlo e ter tomado «medicação pertencente à sua empregada doméstica» sem verificar a composição.
A AIU classificou o comportamento da maratonista como «imprudente» e de «intento indireto», propondo inicialmente uma suspensão de quatro anos, o dobro da pena mínima. No entanto, a sanção acabou reduzida para três anos, após a atleta reconhecer a infração.
Em outubro de 2024, Chepngetich fez história ao vencer a maratona de Chicago com o tempo de 2:09.56 horas, tornando-se a primeira mulher a quebrar a barreira das 2h10 e melhorando o anterior recorde mundial em quase dois minutos.
Apesar da sanção, o seu recorde mundial continuará válido, uma vez que foi obtido antes do teste positivo. A AIU confirmou que todos os resultados e recordes obtidos antes de 14 de março de 2025 se mantêm válidos, mas continuará a investigar material suspeito encontrado no telemóvel da atleta, incluindo imagens de frascos de testosterona e oxandrolona. «O caso relativo ao teste positivo para HCTZ foi resolvido, mas a AIU continuará a investigar o material recuperado do telemóvel de Chepngetich para determinar se ocorreram outras violações», afirmou Brett Clothier, diretor da AIU, em comunicado.
A suspensão de Ruth Chepngetich é mais um episódio a somar aos casos de doping que têm abalado o atletismo queniano nos últimos anos, levando as autoridades desportivas internacionais a reforçar os mecanismos de controlo no país.
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