Kylian Mbappé
Kylian Mbappé - Foto: IMAGO

Real sem birras e com muito futebol (crónica)

Derrota no dérbi com o Atl. Madrid foi mesmo uma exceção de uma série vitoriosa que deixa os 'merengues' no topo das competições em que estão inseridos. Vini Jr 'perdoado', Mbappé só sabe marcar

O Real Madrid soma e segue, menos o dérbi em que foi copiosamente derrotado, ganhou todos os outros jogos, tanto os europeus como os dez da liga espanhola, um início de temporada espetacular que lhe permite ser um dos primeiros da Champions e o guia destacado da competição nacional.

Havia uma certa curiosidade em relação a Vinícius depois do seu comportamento ao ser substituído no clássico, Xabi Alonso tinha garantido que o caso estava fechado e assim o confirmou dando a titularidade ao brasileiro que também mereceu o perdão do publico do Bernabéu, que em nenhum momento se manifestou contra ele.

A turma de Xabi Alonso iniciou o encontro disposto a solucionar rapidamente a questão impondo um alto ritmo de jogo e instalando-se no meio campo dos visitantes que se defendiam como podiam e, quando tinham oportunidades para sair em contra-ataque não as sabia aproveitar, a bola durava pouco em seu poder e tudo terminava em nada frente à defesa madrilena comandada por um imperial Militão.

Um quarto de hora durou a resistência do Valência: à saída de um canto a bola deu no braço do defesa Tarraga e depois de ser avisado pelo VAR o árbitro decretou grande penalidade, que Mbappé converteu no primeiro golo da noite.

Para o Real o mais difícil, abrir o marcador, já estava feito, a partir daí o seu domínio tornou-se ainda mais intenso até que, à meia hora, Mbappé fez o segundo: recebeu um bom centro de Arda Guler e sem deixar que o esférico tocasse na relva fez o remate vitorioso. A sociedade entre o jovem turco e o francês funciona cada vez melhor, os dois entendem-se perfeitamente, um assiste e o outro marca, no dia seguinte a ter recebido a sua primeira Bota de Ouro, Mbappé com 13 golos já marcados, mostra que quer ganhar a segunda.

Ainda antes do intervalo, Thierry Correia que teve a difícil missão de marcar Vinícius e Carreras, entrou em falta dentro da área sobre o antigo benfiquista, penálti que Vinícius quis apontar, mas fê-lo de forma a permitir a intervenção vitoriosa do guardião de Aguirrezabal que também defendeu a recarga. O Real perdeu aí uma grande ocasião de aumentar a vantagem, mas não desperdiçou a que teve Bellingham que, à beira do intervalo, fez uma boa jogada individual que concluiu com um remate de fora da área que levou a bola, pela terceira vez, ao fundo da baliza visitante.

A segunda parte quase não teve história, o Real talvez a pensar no desafio de terça feira em Liverpool para a Champions e com o desafio mais que ganho, levantou o pé do acelerador, manteve o controlo de tudo o que sucedia e deixou passar o tempo sem sentir a necessidade de massacrar ainda mais ao vulnerável adversário.

O Valência, para procurar reforçar a zona de meio-campo, fez entrar André Almeida para o lugar de Lucas Beltrán enquanto Thierry era substituído por Jesus Vásquez. Xabi Alonso também aproveitou para poupar alguns dos seus jogadores mais influentes e teve a inteligência de substituir ao mesmo tempo, Mbappé e Vinícius, que saiu do relvado de forma correta, nada a ver com o que fez no fim de semana passado.

Já perto do final, Alvaro Carreras, ao bom estilo do que fazia no Benfica, rematou com uma potencia enorme fazendo um golo espetacular festejado pelo público com gritos de «Carreras, Carreras», a seleção espera por ele. Tudo terminou em paz com uma vitória mais que convincente do Real Madrid que só em dezembro voltará a jogar no Bernabéu, até lá jogará fora contra Liverpool, Rayo Vallecano, Elche, Olympiakos, Girona e Bilbao, uma autêntica prova de fogo para a equipa e para Xabi Alonso.