Presidente do Conselho de Administração do Amadora-Sintra demite-se após morte de grávida e bebé
O presidente do Conselho de Administração do hospital Amadora-Sintra demitiu-se na sequência do caso da grávida que morreu na sexta-feira, tal como o seu bebé, com 38 semanas de gestação.
Uma mulher grávida de 36 anos morreu horas depois de ter sido enviada para casa e a bebé, que nasceu de cesariana, morreu também.
A demissão surge depois de um comunicado em que o hospital reconhece que a mulher era acompanhada desde julho, informação que a administração garantiu que a ministra não sabia, o que levou Ana Paula Martins a equivocar-se ao falar no parlamento, antes.
Em comunicado, Carlos Sá informa que «os elementos factuais» transmitidos, «corresponderam integralmente às informações de que o Presidente do Conselho de Administração dispunha no momento da sua comunicação». Acrescenta que as ‘informações adicionais vieram a ser conhecidas apenas em momento posterior, não tendo, por conseguinte, sido do conhecimento do Presidente do Conselho de Administração à data da comunicação inicial, nem podendo, portanto, ter sido transmitidas à tutela».
Em comunicado conhecido no domingo, o conselho de administração da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra (ULSASI) indicava que, «devido à inexistência de um sistema de informação clínica plenamente integrado, que permita a partilha automática de dados e registos médicos entre os diferentes serviços e unidades, apenas ao final da tarde de domingo foi possível verificar que a utente se encontrava em acompanhamento nos cuidados de saúde primários da ULSASI desde julho de 2025, na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Agualva». As recentes declarações de Ana Paula Martins no Parlamento, onde referiu que a grávida não teria recebido acompanhamento prévio, «tiveram por base informação e o comunicado emitido pela ULSASI, que se referia ao episódio em concreto que antecedeu o desfecho fatal, que teve lugar no dia 31 de outubro, no Hospital Fernando Fonseca». A família havia garantido que a gravidez era acompanhada na Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra.
Esta segunda-feira, a ministra confirmou ter sido mal informada.
«Tive o cuidado de pedir essa informação no domingo, o senhor presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde Amadora Sintra informou-me de que uma parte da informação que tinha sido dada era incompleta, ou seja, que a informação que eu tinha veiculado e que me tinha sido dada não era a informação total. "Nessa mesma altura, o senhor presidente do Conselho de Administração, exatamente porque esta falha é considerada grave pôs o seu lugar à disposição e eu aceitei a demissão do Presidente do Conselho de Administração», afirmou Ana Paula Martins.