Pogacar, uma máquina também a fazer milhões de euros

O jornal italiano Gazzetta dello Sport fez contas ao mealheiro do ciclista esloveno. Entre salário, bónus e merchandising, o melhor é comprar uma vara porque um só porquinho não vai chegar. São milhões em cima de milhões e ainda há espaço para a fundação que que angaria fundos para a investigação contra o cancro, em memória da mãe da namorada, a ciclista Urska Zigart.

O campeão esloveno é um fenómeno financeiro. Calculámos os seus ganhos este ano, entre salário, bónus, patrocínios e merchandising, e o valor da sua marca pessoal não para de crescer.

Após mais um triunfo, o campeão voltou a pedalar no dia seguinte, perto de casa. Desafiado por 1189 ciclistas amadores num percurso de 23 quilómetros, o evento contou com um pacote super VIP para 30 pessoas, que custou 5 mil euros a cada uma. Pogacar foi segundo, perdeu! Surpresa? Não, a ideia não era, nem nunca foi ganhar.

Seguiu-se um pequeno passeio na capital, Liubliana, ao lado de vinte convidados de patrocinadores, e uma palestra motivacional de uma hora, com Tadej Pogacar.

Cinco mil euros para pedalar ao lado de Pogacar
Pogacar foi segundo, numa corrida na Eslovénia. Perdeu! Surpresa? Não, a ideia não era, nem nunca foi ganhar. Desafiado por 1189 ciclistas amadores num percurso de 23 quilómetros, o evento contou com um pacote super VIP para 30 pessoas, que custou 5 mil euros a cada uma. Seguiu-se um pequeno passeio na capital, Liubliana, ao lado de vinte convidados de patrocinadores, e uma palestra motivacional de uma hora, com Tadej Pogacar.

No ciclismo puro e duro, ninguém vence tanto quanto ele e, claro, ninguém ganha tanto dinheiro. Lance Armstrong ganhou 28 milhões de dólares, em 2005, mas impulsionado por um contrato fabuloso com a Nike.

E Pogacar? Até onde e quanto pode crescer a sua fortuna construída em cima de duas rodas? O ano de 2025 também foi extraordinário para a carteira.

Em mais uma temporada de recordes, Pogacar igualou o mítico Eddy Merckx com o triunfo na Volta à Lombardia, como o único ciclista a vencer três Monumentos no mesmo ano, depois das vitórias na Volta a Flandres e na Liège-Bastogne-Líège, embora o belga o tenha feito em quatro ocasiões.

Na Volta à Lombardia, Pogacar igualou o recordista Fausto Coppi, com cinco triunfos, embora o tenha feito em cinco anos consecutivos, e chegou ao 10.º Monumento da carreira, sendo já o terceiro com mais triunfos numa das cinco principais provas de um dia, a nove de Merckx e a um do também belga Roger de Vlaeminck

.Além dos três triunfos em Monumentos, Pogacar, vencedor da Volta a França, fez pódio nos outros dois, algo que nunca ninguém tinha feito, com o terceiro lugar na Milão-Sanremo, a corrida que deve estar mais atravessada na sua cabeça, e o segundo na estreia no Paris-Roubaix, ambas ganhas pelo neerlandês Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceunick).

Salário milionário

Após a tripla vitória no Giro, Tour e Mundial, no ano passado, a UAE Emirates ofereceu-lhe a renovação e um contrato milionário de 8 milhões de euros por época, mais dois do que o anterior, e estendeu a relação até 2030, quando Pogacar terá 32 anos apenas. Mas, claro, com uma cláusula de rescisão de 200 milhões de euros!

Mas, além do salário, a equipa também lhe paga bónus por vitórias em grandes corridas.

A Volta a França vale 1 milhão de euros, o Giro 500 mil, tal como a Vuelta. Já o triunfo no Mundial do Ruanda foi premiado com 250 mil euros. Em 2024, estes prize money 1,75 milhões euros, enquanto esta temporada, ficaram pelos 1,25 milhões, pelas vitórias no Tour e no Mundial.

Quanto às outras sete corridas de um dia, incluindo três Monumentos, tão considerados pelos amantes da modalidade, bem como duas corridas por etapas, ficam fora destas contas, uma vez que o seu salário já é estratosférico para o padrão da modalidade.

Patrocínios

A lista de candidatos e marcas interessados em associarem-se ao fenómeno esloveno tem dezenas de páginas, mas Pogacar não é muito dado a esta vertente e reclama tempo para treinar.

Por isso, a agência A&J All Sports, que gere a carreira do esloveno, ativou nove parcerias: Colnago (bicicletas), Dmt (sapatos), Met (capacetes), Continental (pneus), Enervit (nutrição), Jana (água), Plume (wi-fi), Turismo da Eslovénia e MyWhoosh (ciclismo virtual).

O tempo dedicado ao marketing é limitado e centra-se nos últimos meses do ano, quando, por exemplo, Pogacar será o convidado de honra do Campeonato do Mundo de Esports, em Abu Dhabi.

Contas feitas, este ano, os patrocínios renderam 2 milhões de euros, mas, claro, há mais na calha, mas a base dever ser um milhão de euros e, por isso, é razoável esperar que as receitas subam para 4 milhões.

Merchandising e Marca Pessoal

A imprensa italiana ainda contabilizou um último item, o merchandising, usando a informação do seu agente, Alex Carera. «Há três anos, o logótipo pessoal era quase um capricho. Hoje, é uma parte fundamental do valor da imagem de Tadej. Todos os anos, o valor da marca Pogačar duplica em relação ao ano anterior».

As vendas em 2025 geraram pelo menos 1 milhão de euros, contra os 500 mil de 2024. Os royalties dos produtos de competição da linha Pissei - o fato usado na Strade Bianche foi vendido por 30 mil euros - revertem para a Fundação Tadej Pogacar, que angaria fundos para a investigação contra o cancro — em memória da mãe da sua namorada, Urska Zigart — e financia uma academia com 200 jovens ciclistas eslovenos.

Seja vestuário, bicicletas, capacetes, óculos, tudo esgota num instante. A Colnago produziu 300 bicicletas de edição limitada, a 17 mil euros cada, que renderam mais de 5 milhões de euros, e, por exemplo, a coleção de cromos é um dos maiores sucessos de vendas da sua loja online.

Assim, contas feitas, Pogi arrecadou cerca de 12 milhões de euros este ano. E a perspectiva é que continue a aumentar.