Platini: «Justiça desportiva? Não, máfia suíça»
Michel Platini, ex-presidente da UEFA, lembrou as acusações de corrupção e fraude de que foi alvo em 2015 e que o afastaram do futebol. O antigo internacional francês assumiu que essa questão teve impacto na sua vida, falando mesmo em «inferno».
«A justiça desportiva é um escândalo. Na Suíça, os presidentes das comissões são nomeados pela FIFA. Tudo é feito entre eles. Os procuradores suíços que fazem as investigações foram convidados a continuar a trabalhar na FIFA quando se reformarem. O Tribunal Arbitral do Desporto recebe um milhão por ano da FIFA. Uma máfia suíça em que o tribunal desportivo é o braço decisório dos executivos da FIFA. Portanto, não é normal e não é correto, estas coisas têm de mudar. O futebol não é da UEFA, nem da FIFA, é de todos», referiu, em entrevista ao Il Messaggero.
«Um advogado de Trindade e Tobago, escolhido pelo presidente da FIFA, fez-me perguntas, mas incriminou-me antes que eu respondesse. Só queriam livrar-se de mim. O pior foi a minha família. As minhas netas ouviram na escola que o avô era corrupto, mas não me destruíram», acrescentou, recordando a detenção, em 2019: «Humilhante.»
Recorde-se que Michel Platini, assim como Joseph Blatter, ex-presidente da FIFA, foi absolvido pela justiça suíça no caso de corrupção em que os dois antigos dirigentes estavam envolvidos. Platini teria recebido cerca de 1,8 milhões de euros, em 2011, pelos serviços prestados como conselheiro de Blatter entre 1998 e 2002. Os dois justificaram o pagamento tão diluído no tempo com o facto das finanças da FIFA, na altura, não permitirem remunerações tão elevadas.
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