Plano para Trincão, Diogo Jota e a rivalidade dos grande: tudo o que disse Roberto Martínez
- Que análise faz deste apuramento e que dificuldades pode Portugal encontrar neste jogo?
- A Irlanda é uma equipa muito diferente da que vimos em setembro. Contra a Arménia não foi a que conhecemos. Uma equipa que gosta de jogar sem bola, precisa de pouco para criar perigo. Temos de estar focados e utilizar a força dos adeptos para mostrarmos qualidade. Pensamos que é um apuramento esquisito. Temos seis jogos, o estágio de setembro foi muito bom, agora o próximo passo é a Irlanda, é nisso que o balneário está focado. Não pensamos ir a Alvalade e ganhar 5-0, é ter um foco muito claro e utilizar os nossos adeptos.
- Que importância tem este jogo nas contas da qualificação?
- O que é importante é ter o melhor desempenho e tentar ir passo a passo. É uma fase esquisita, não há margem de erro. A preparação foi boa, o foco é a Irlanda. Não a podemos subestimar. Teve um jogo difícil na Arménia. Esperamos uma reação da Irlanda e é nisso que nos focamos.
- Neste momento o clima no futebol português não é o melhor com os três clubes grandes em guerrilha. Como selecionador como tem assistido a tudo isto?
- Em Portugal temos uma rivalidade muito forte mas o que é importante é a formação dos jogadores, que é exemplar. Os aspetos onde vemos talento português com possibilidade para chegar aos melhores balneários. É isso que é importante para o selecionador. É importante criar espaços de partilha, Portugal é um país de formação. Foco de um balneário que está a trabalhar muito bem, queremos usar a força dos nossos adeptos e tentar ganhar mais um jogo.
- João Neves foi chamado e depois acabou por sair devido a lesão. O PSG não ficou muito agradado? Como se processou essa chamada?
- A nossa relação com o PSG é perfeita. A comunicação é boa. Tínhamos a possibilidade de que o João jogasse o último jogo. É importante continuar com a nossa metodologia para preparar o futuro. Não chamamos jogadores que não estão aptos. Não há confusão, o que há é uma situação em que o Cancelo e o Neves não estão. Temos a oportunidade de mostrar o mesmo nível com jogadores diferentes. Temos uma polivalência que é muito importante para criar um grupo muito forte.
- Os presidentes de Sporting, Benfica e FC Porto estão numa guerra entre eles e este jogo quase passa para segundo plano. Essa rivalidade é boa?
- Nós já tivemos jogos na Seleção quando há eleições para a presidência de um clube e já tivemos jogos quando há um treinador novo dos grandes clubes de Portugal. Eu acho que o futebol de clubes é uma coisa, depois todos juntos somos a Seleção. Amanhã vamos ver uma festa em Alvalade. Sempre o ambiente é fantástico e o foco da Seleção é positivo, é saudável e estamos todos para remar ao mesmo lado. A rivalidade em Portugal é boa e faz com que todos estejam sempre a tentar melhorar.
- Portugal, por norma, não tem tantos dias para preparar um jogo. O que deu para aprimorar estes dias?
- É importante porque o estágio de setembro foi igual mas tivemos de apanhar um avião. É importante para focar e experimentar o que queremos fazer no relvado. Noutros estágios precisam de apanhar ideias com vídeos. Tivemos aspetos mais individualizados, jogadores da Arábia Saudita tiveram jogo há 10 dias. Depois, deu para estar na relva muito mais tempo do que normalmente estamos e isso é positivo.
- Trincão tem estado em grande plano em Portugal mas com pouco espaço na seleção. Que plano tem para ele?
- É um jogador especial, criativo, virtuoso, em pouco espaço consegue mostrar a sua qualidade. Acho que Trincão é um jogador importante para nós, foi determinante nos quartos de final contra aDinamarca. Valorizamos muitos os jogadores que possam ajudar. O número de minutos faz parte do equilíbrio, o aspeto estratégico. É um jogador muito importante para nós.
- Palhinha também disse estar pronto para voltar a ser titular algo que não acontece há muito tempo neste espaço...
- Não posso falar do onze. Já conhece a minha metodologia. Todos os jogadores da convocatória são importantes, é um processo contínuo, Palhinha é diferente, a confiança é alta. É importante, está preparado para ajudar a Seleção. 19 jogadores jogaram no último estágio, a ideia é que estejam preparados para ajudar. O futebol moderno é um jogador preparado para ajudar.
- Este será o primeiro jogo em casa sem Diogo Jota. Que significado terá?
- O sonho do Diogo era ganhar o Mundial e a nossa responsabilidade é carregar esse sonho. Vai ser uma força para nós vai guiar-nos no resto da história da Seleção, será parte desta família para sempre.
- Ronaldo e Félix jogam na Arábia. Existe alguma pressão extra para eles poderem continuar a jogar na Seleção?
- Esqueceu-se do João Cancelo, do Rúben Neves… temos muitos jogadores na Arábia Saudita. Para nós, sem pressão, é o contrário, vemos os jogadores muito felizes, voltam para a Seleção deliciados com o projeto do Arábia e adoram fazer parte dele. O João Félix está a aproveitar o facto de ter mais minutos e responsabilidade, e para nós é importante que voltem preparados para ajudar a Seleção.