O único ponto que liga o Sporting ao Kairat Almaty (e não é o futsal...)

Foram três pré-eliminatórias e um playoff. Para se chegar ao topo. Qual tomba gigantes europeu deixando pelo caminho clubes de renome, alguns históricos, como o Olimpija Ljubljana (Eslovénia), Kups Kuopio (Finlândia), Slovan Bratislava (Eslováquia) e... Celtic (Escócia)! Um percurso tão longo e difícil como os mais de 6 mil quilómetros que os jogadores cazaques tiveram de percorrer para jogarem esta noite em Alvalade. Toda a adrenalina e onda mediática nesta presença europeia atenua Provavelmente uma das mais belas histórias desta edição da Liga dos Campeões, maior e mais desejada prova europeia de clubes que a partir desta noite, em Alvalade, contará com uma presença inédita na competição: o Kairat Almaty. 

O nome traduz tudo aquilo que o clube representa. Kairat significa «força, coragem e energia vital» em cazaque. Foi sob esses lemas que se tornou num dos grandes clubes do país, quatro vezes campeão (e lidera atualmente o campeonato) ou 10 taças daquele país, tendo sempre a rivalidade bem presente com Astana e Ordabasy. Esta presença (igualando a presença do Astana em 2015/2016) atraiu atenção dos media, patrocinadores e investidores, levando, de resto, à modernização das infraestruturas e uma aposta reforçada em novos talentos da formação. 

Ainda assim, um mundo a separar Kairat Almaty e Sporting. Um nome, de resto, até bem reconhecido pelos adeptos leoninos, dados os muitos (e escaldantes) confrontos entre os leões e a equipa cazaque em... futsal. No futebol, a história é outra. Bem diferente. Para se ter uma ideia... o valor do plantel cazaque é de... €14,5 milhões. Um valor de mercado inferior, segundo o Transfermarkt, por exemplo, a Diomande, Gonçalo Inácio, Debast, Eduardo Quaresma, Hjulmand, Maxi Araújo, Quenda, Pedro Gonçalves, Trincão, Geny Catamo e Ioannidis.  

Existe, porém, um ponto que une as duas equipas. Provavelmente o único. Falamos dos jovens com maior potencial entre os dois plantéis: Quenda e Dastan Satpaev. O português com 18 anos e o cazaque com 17. Hoje serão adversários, mas num futuro, se calhar muito próximo, podem jogar com a mesma camisola: o Chelsea. Nem mais. O ala leonino, que protagonizou uma das grandes transferências de verão, numa saída para o Chelsea que rendeu mais de €50 milhões, e o avançado do Kairat que, à imagem do português, está na história do seu país, pois está contratado pelo... Chelsea. Por um valor recorde no Cazaquistão: €4 milhões. Nem mais. E, tal como Quenda, apesar de estar ligado aos blues, vai manter-se no Kairat até completar os 18 anos.  

O jovem avançado transferiu-se para um dos grandes europeus, com apenas cinco jogos (e um golo) realizados na formação principal do Kairat Almaty. Isto apesar de se ter estreado na primeira equipa com apenas 15 anos. Quenda fez o mesmo percurso mas com quantias bem... maiores.