Francesco Farioli analisa vitória do FC Porto sobre o Nacional

O jogo inacreditável de Borja Sainz, a lesão grave de Nehuén e a estreia de Kiwior: o que disse Farioli

Na sala de imprensa, técnico italiano lamentou ter perdido mais um jogador importante

FC Porto há vários anos que não conseguia esse registo de cinco vitórias no arranque da Liga. O que achou da partida? 

- É um resultado importante. O jogo foi um pouco difícil, tivemos oportunidades para fechá-lo mais cedo, mas não conseguimos marcar o segundo golo e isso fez com que o jogo ficasse em aberto no final. Às vezes temos de vencer jogos desta forma. Também é importante o facto de termos sofrido apenas um golo em cinco jogos. O golo sofrido foi um autogolo frente aos campeões nacionais. Diz muito sobre o espírito dos jogadores e neste jogo quero mencionar o Borja Sainz pelo jogo que fez, o sacrifício que colocou em campo, foi inacreditável.

Foi este jogo mais difícil do que esperava? 

— Não, pode até perguntar às pessoas que me rodeiam. Sabia que neste jogo o nível de detalhes teria de ser ainda maior. Foi uma semana complicada, com jogos das seleções, jet lag, é sempre difícil com a pausa internacional, tivemos alguns jogadores da América do Sul a viajar. É normal que, quando colocamos todas as peças juntas em poucas horas, se torne difícil para todos. Sinto que não fomos tão fluídos como nos últimos jogos. Tivemos de fazer algumas adaptações, mas o resultado foi bom. Sabemos que temos muitas coisas para melhorar. 

Pablo Rosario foi lateral-direito. Que importância tem para si ter um jogador com esta capacidade de se adaptar a várias posições? 

— Tem essa adaptabilidade e capacidade de mudar de posição. Entrou como médio no jogo com o Sporting, agora jogou como lateral. Jogou comigo no Nice como central, portanto, é um jogador muito inteligente e com uma grande mentalidade, que nos vai ajudar muito. 

Alguma novidade sobre o quadro clínico de Nehuén Perez. O que achou da exibição de Kiwior? 

— Infelizmente, não parece ser nada de bom, é um problema no tendão de Aquiles. Parece que será uma lesão longa, mas vamos ver nos próximos dias. Estamos com ele. Está positivo e vai voltar ainda mais forte. É um jogador com uma mentalidade incrível. Já estava no balneário com um grande sorriso, muito feliz pela vitória. Vai ajudar-nos de diferente forma. O Kiwior? Também não foi fácil para ele. Regressou na segunda, teve o primeiro treino na quarta connosco e agora foi titular. Estamos a pedir várias coisas aos centrais. A próxima semana vai ser importante para tentarmos ter novamente sintonia e automatismo naquilo que fazemos. Acho que fez um jogo positivo, é um jogador que nos vai trazer qualidades e experiência.

Até que ponto o preocupam estas lesões quando o FC Porto vai entrar num ciclo de muitos jogos? 

— Sabemos como está o calendário, não é apenas no FC Porto... É uma epidemia que está à volta do futebol profissional. Estes jogadores jogaram o Mundial de Clubes, voltaram apenas poucas semanas depois, mudaram de treinador. Nesta fase, estamos a ter azar com o tipo lesões. Temos quatro jogadores de fora devido a contusões. O maior problema é que, quando uma lesão aparece, temos de puxar pelos outros ainda mais. É importante ter um plantel alargado, estamos a ver com o presidente e o clube se podemos fazer algo para ajudar a equipa no próximo ciclo.

 — Afirmou antes do jogo que era importante manter a bola, tê-la sempre na posse. Como avalia o comportamento da equipa nesse domínio, frente ao Nacional? 

— Não foi o nosso melhor jogo em termos de pressão e recuperação de bola. Quando trazemos vários jogadores o timing pode não ser o perfeito e quando não é perfeito às vezes tudo é mais difícil. Temos de dar parabéns ao Nacional, pela dificuldade que trouxe ao jogo. É um bom alerta para aumentarmos o nosso nível, porque vamos ter muitos jogos difíceis em todas as competições.

É importante para si que essa pressão sobre o portador da bola seja sempre elevada? 

- É um dos elementos-chave da nossa estratégia. Na segunda parte começámos a ficar mais distantes uns dos outros. Quando as distâncias começam a ser maiores, é mais difícil nos conectarmos. Mas para haver essa ligação é preciso ter boas condições físicas e alguns jogadores não estavam no seu melhor.