O desporto universitário como estratégia de desenvolvimento local

2025 tem sido um ano emblemático para o Desporto Universitário em Portugal. Depois de termos organizado um Campeonato do Mundo Universitário em 2024, na modalidade de canoagem,
2025 já conta com três Campeonatos Europeus Universitários organizados por Portugal. 2026 não será diferente: o calendário reserva-nos novamente dois Campeonatos do Mundo a caminho do nosso País.

Esta sequência de grandes eventos não é fruto do acaso: é um sinal claro da confiança das tutelas desportivas internacionais perante Portugal e, em particular, na capacidade da FADU e das respetivas coorganizações para mobilizar, organizar e valorizar o desporto universitário a nível nacional, europeu e mundial.

Facilmente se percebe que, sempre que se realiza uma competição universitária de grande escala, há um impacto direto no território, seja ele local ou nacional. A hotelaria enche-se, a restauração ganha um novo fôlego, os transportes locais são o meio de deslocação preferencial, os espaços culturais recebem mais visitantes, as cidades transbordam com aqueles que nelas competem… O Desporto Universitário gera economia, dinamiza cidades e projeta Portugal no mapa do desporto internacional.

Este efeito de crescimento económico e social deve ser lido também à luz de um contexto político: aproximam-se eleições autárquicas. É, por isso, tempo de reforçar a ligação entre a política desportiva universitária e a política autárquica. As autarquias têm, aqui, uma oportunidade clara de reconhecer e investir no Desporto Universitário como elemento estratégico para o desenvolvimento local. Uma oportunidade clara de reconhecer o movimento estudantil, na sua vertente desportiva, como parte integrante do seu quotidiano, essencial à cidade.

Não se trata apenas de apoiar a prática desportiva dos estudantes, mas de perceber que o Desporto Universitário é, também, uma plataforma de promoção territorial, de atração de eventos e de fortalecimento da identidade.

Defender o Desporto Universitário nas agendas autárquicas é, portanto, mais do que uma questão de apoio ao movimento estudantil: é uma visão de futuro. É entender que o investimento em competições e infraestruturas universitárias não só valoriza a FADU e a sua missão, como multiplica benefícios na economia e na coesão social. É atrair para si, e dar-se a conhecer ao Mundo através do Desporto Universitário.

Tal como qualquer outra vertente do desporto, o Desporto Universitário é um meio de desenvolvimento local. A diferença está no seu duplo impacto: forma cidadãos, promove o bem-estar no seio da academia e, ao mesmo tempo, gera riqueza para o território. Reconhecer isto é dar valor ao que já se construiu em Portugal e assumir que o desporto universitário pode, e deve, ser um motor de crescimento e inovação no país.