Farioli - Foto: FC PORTO
Farioli - Foto: FC PORTO

O desejo de grande noite europeia e Mourinho sem resposta: o que disse Farioli

Italiano centra atenções no jogo europeu. Admite gerir o esforço da equipa contra o Estrela Vermelha, lembrando o contributo importante dos suplentes nos sucessos do FC Porto. O clássico com o Benfica está ao virar da esquina, mas Farioli não quer... queimar etapas

O que espera do jogo contra o Estrela Vermelha? 

— Espero um grande desafio, frente a uma grande equipa, com uma excelente história também na Liga dos Campeões. Será certamente um grande desafio, principalmente frente a um adversário desta valia. Temos de ser fortes em termos coletivos. O adversário tem muito talento e nós temos de estar preparados. Têm uma boa organização coletiva desde o guarda-redes Matheus até ao avançado Arnautovic

O FC Porto tem um jogo importante com o Benfica e pouco tempo para recuperar. Podemos esperar alterações no onze para este jogo europeu? 

— A micro e macrogestão dos jogadores é muito importante quando fazemos três jogos em seis dias e também por termos jogado com dez jogadores no último jogo, é diferente do normal, mas estamos a trabalhar duro há várias semanas e meses para estarmos preparados para isto. Acredito que é sempre preciso ter pernas e cabeça frescas, isso é o fator-chave, mas esta semana o foco está em amanhã e no desejo de ter outra grande noite europeia. A motivação será algo muito natural. 

Teria a mesma confiança no rendimento da equipa se, por hipótese académica, tivesse de mudar onze jogadores? 

— Se olharem aos minutos dos suplentes vão perceber que já jogaram bastante. O melhor exemplo para mim é o William Gomes. Inicialmente, era um jogador que começava desde o banco para entrar nos minutos finais e agora tornou-se, com o seu desempenho, um jogador importante para o grupo. Nas últimas semanas, o grande contributo surgiu mesmo dos futebolistas que têm saltado do banco. Isto diz muito do trabalho que temos desenvolvido e também do compromisso de todos os jogadores. Amanhã, quando os jogadores souberem o onze terão de dar tudo, tanto os que entrarem de início como os que saltarem do banco.  

Em Londres, José Mourinho afirmou que o Chelsea é mais forte que o FC Porto. Analisa estas palavras do treinador do Benfica como uma provocação?

— Se tiver uma questão sobre o Estrela Vermelha, agradeço porque o que me interessa é falar sobre o Estrela Vermelha.

Disse em Salzburgo que a equipa cantou a sua música para o amolecer. Depois de Arouca, num jogo com menos um jogador, com a equipa a ganhar 4-0 e o Victor a sprintar aos 90, imagino que não tenha sido preciso cantarem. Como sentiu a equipa nestes dias, após uma vitória tão importante e num contexto tão particular? 

— O jogo de Arouca foi uma prova ótima do caráter deste grupo. Um exemplo muito bom disso está sentado ao meu lado. [Pablo Rosario] É um jogador que está pronto para jogar em todas as posições que lhe pedir. É isso que todos têm feito e depois do cartão vermelho do Martim [Fernandes], em termos de dinâmicas, tudo correu bem, porque marcámos muito rápido, e depois fizemos 2-0 e o 3-0, mas o modo como os jogadores reagiram à adversidade foi fantástica e não é a primeira vez que o fazem. Temos de manter isso para termos a ambição ao mais alto nível. 

Samu saiu mais cedo desse jogo. Como avaliou a sua evolução nestes dias? 

Samu está recuperado. 

Quando fala da família portista enquadra-se neste espírito o modo como Nehuén Pérez foi recebido no regresso ao Olival para iniciar a recuperação à grave lesão que sofreu?

— Família portista? É a chave. Ontem todos estavam felizes pelo regresso do Nehuén Pérez ao Olival. Ele fez um discurso fantástico, adoraria jogar, mas encontrou uma nova forma de ajudar o grupo e contribuir. É este compromisso que exigimos. 

Jogou no passado contra uma equipa sérvia, o Vojvodina. Na altura tocou impressões com o treinador [Boizdar Bandovic] lembra-se dessa partida? 

— Sim, no final desse jogo fui cumprimentá-lo. Vi uma equipa muito bem organizada, que tinha diferentes soluções e cenários com e sem bola. Impressionou-me como jogaram. Apertei-lhe a mão porque sei quando devo reconhecer o trabalho de um colega de profissão. Desejo-lhe o melhor porque acredito que ele é um grande treinador. 

Um antigo jogador seu, o Aleksandar Pesic [avançado sérvio que se cruzou com Farioli nos turcos do Karagumruk, n.d.r] recomendou o seu nome ao Estrela Vermelha há dois anos... 

— Temos grandes recordações juntos. Apontou muitos golos quando estive na Turquia.  Tem feito boa promoção sobre mim pelos clubes para onde vai. As coisas acabaram por ir em direções diferentes, não só para ele, como para mim. O mais importante é ser sempre bem recordado pelos meus jogadores e termos uma boa ligação humana.