«No Bahrain, queres treinar e tens de esperar porque é hora da reza»
As duas primeiras experiências de Paulo Lopes a treinar fora de Portugal não podiam ter sido mais diferentes. O antigo jogador e treinador do Benfica começou por aceitar o convite do Al Ahli, no Bahrain.
Paulo Lopes conduziu o Al Ahli até à manutenção no primeiro escalão do Bahrain, mas com várias dores de cabeça pelo meio. O contexto exterior às quatro linhas promoveu um choque de realidade e interferiu com o método de treino: «O Bahrain é um país onde a cultura religiosa é muito intensa, queres começar o treino e tens de interromper. Ao intervalo, queres corrigir qualquer coisa que está a acontecer no jogo e tens de esperar porque é a hora de reza.»
A cultura do país, aliada a uma «mentalidade que não é tanto de trabalho», obrigou Paulo Lopes a redefinir estratégias «com boa energia e boa disposição». «Fui sincero sempre, desde o primeiro até ao último dia, mostrei ao jogador o que é que queria», frisou o antigo guarda-redes, que não conta com equipa técnica fixa.
As condicionantes do Bahrain contrastaram com a cultura encontrada no SJK Akatemia, que milita na segunda divisão finlandesa. Paulo Lopes explica que teve direito a todas as condições para «conseguir fazer um bom trabalho».
As condições acima da média em termos de infraestruturas é acompanhada por uma «cultura de trabalho» dos recursos humanos no clube. que encontrou. «Não precisas de estar perto do jogador para ele fazer 20 aberturas em 15 segundos ou atacar o espaço, ele trabalha. A maior dificuldade que têm é em termos de conhecimento do jogo», frisou.