Renato Paiva
Renato Paiva - Foto: IMAGO

Na América, Renato Paiva critica «futebol Walt Disney»

Treinador do Botafogo fez antevisão ao jogo com o Palmeiras

Com a passagem aos oitavos de final, Renato Paiva considera que os objetivos iniciais do Botafogo foram cumpridos no Mundial de Clubes. Mas agora quer mais, porém pela frente, ironicamente, o clube mais proximo que poderia haver na competição: o Palmeiras, de Abel Ferreira.  

 Na antevisão ao jogo deste sábado (17 horas), o português disse que o futebol brasileiro até poderá agora ser mais respeitado, pelo que Flamengo, Fluminense também mostraram, mas criticou o que chamou de ‘futebol Walt Disney’, expressão que escolheu para definir expectativas irreais. 

«Era normal o mundo do futebol ter desconfiança porque não olham para a liga brasileira (...) Atualmente, com internet e tudo, há dois tipos de futebol: o da vida real e o do Walt Disney. Na vida real, nem sempre pode jogar da mesma forma porque não é permitido, seja porque o adversário é bom ou te dá dificuldades. No Walt Disney, temos de jogar com todos no ataque e ‘amassar’ o PSG e Atlético de Madrid. Encontrei-me com um adepto e ele disse que poderíamos ter vencido o Atlético caso fossemos mais ofensivos. Eu perguntei quantas vezes ele viu o Atlético este ano e ele disse ‘nenhuma’. Está respondido», avaliou. 

Paiva recordou o percurso até aqui, depois de ter passado um grupo que tinha PSG e At. Madrid. «Estou muito orgulhoso com o que fizemos. Foi o grupo mais difícil de todos e nós fizemos seis pontos. Estamos orgulhosos de estar aqui», disse, com uma garantia: 

«O trajeto é muito bonito e já disse aos jogadores que não dá para continuar na sombra de termos ganhado do PSG e acabou. Foi fantástico, mas acabou. Queremos ganhar ao Palmeiras. Eu preferiria ter outro adversário para que os quatro brasileiros seguissem e que as meias-finais fossem só de brasileiros. Espero que o Flamengo passe o Bayen, que o Fluminense passe o Inter. Como estrangeiro, acho que o futebol brasileiro precisa de mais autoestima. Disse aos meus jogadores para terem consciência do que são, do que fazem e fiz questão de transmitir para fora, a questão de subir montanhas, do cemitério de favoritos... Eram mensagens para fora mas que eu dizia para dentro.» 

Ao falar sobre o jogo decisivo contra o Palmeiras, Paiva reforçou o desejo de ver um Botafogo «equilibrado e completo»: «O que tenho de fazer em qualquer jogo, seja eliminatório ou não, é vir estudado. O que é isso? Ter o Plano A e depois conseguir antecipar situações, que pode ser uma expulsão contra ou a favor. (...) Tentamos planear tudo, mas num jogo nunca se consegue controlar tudo. Analisando o torneio, falta um pouco controlar a bola. Quero melhorar para o jogo de amanhã, espero uma equipa completa.» 

E dá para entrar na cabeça de Abel Ferreira? « É impossível. Mas vendo o Palmeiras jogar, existem nuances para que estou preparado. Nisso, não tento olhar muito para individualidades. O que eu tento contrariar é valorizar o coletivo do Palmeiras, sabendo que se ele não tiver o Estevão por fora e sim por dentro vão acontecer algumas coisas e não outras. E o Abel vai fazer o mesmo. Se o Jair não jogar, ele vai mudar coisas. Aí entra a questão do plano A, B, C», explicou. 

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