Capitão dos azuis e brancos do Minho voltou a espalhar magia - Foto: Manuel Fernando Araújo/LUSA
Capitão dos azuis e brancos do Minho voltou a espalhar magia - Foto: Manuel Fernando Araújo/LUSA

Miszta levou ingredientes e serviu-lhes uma bela... tosta (crónica)

Guarda-redes dos vila-condenses defendeu tudo. Gustavo Sá é um craque para jogar... onde quiser!

A hora do jogo (20h30) deixava antever que o estômago iria precisar de algum conforto. Porém, para os jogadores do Famalicão a refeição acabou por ser... indigesta: Miszta levou manteiga, queijo e fiambre, mas serviu-lhes uma bela... tosta!

O jovem guarda-redes, de apenas 23 anos, realizou uma exibição de qualidade superlativa em Vila Nova e, especialmente na primeira parte, deixou todos os famalicenses à beira de um ataque de nervos. Sorriso (20'), Rodrigo Pinheiro (30') e Gil Dias (36') viram o polaco voar como se estivesse nos céus e dele não guardam, com toda a certeza, as melhores recordações.

Mas a qualidade de jogo dos minhotos durante esse período não se limitou a esses lances. De todo. Porque Gil Dias (2' e 26'), Gustavo Sá (9'), Mathias de Amorim (29') e Sorriso (45') cheiraram o sabor da sandes, mas também não a conseguiram levar à boca.

Pelo meio, e apesar do intenso domínio dos azuis e brancos, também o Rio Ave podia ter chegado à vantagem. E se Miszta sobressaiu de um lado, Carevic disse presente do outro. Em dose dupla e perante o mesmo opositor: André Luiz. O extremo brasileiro apareceu duas vezes na cara do guarda-redes montenegrino, mas viu, em ambos os casos, o número 25 tirar-lhe o prato da frente (19' e 31').

O descanso chegou sem que o marcador tivesse funcionado e esse foi apenas o lamento de uns 45 minutos de altíssimo gabarito. Com sinal (muito) mais forte do Famalicão, que tanto fez para ser feliz.

O intervalo fez (relativamente) bem ao Rio Ave. Os vila-condenses regressaram dos balneários com outra organização, encaixaram melhor nas marcações, mas continuaram demasiado... curtos. O Famalicão manteve a intensidade (e a qualidade), voltou a encostar o adversário às cordas, mas Mathias de Amorim (67'), Tom van de Looi (72') e Gustavo Sá (77' e 82') — o internacional sub-21 português, que é um autêntico craque, atirou ao poste — também não saborearam o petisco que tanto procuraram.

Clayton (66') e André Luiz (81') colocaram Lazar Carevic em sentido, mas os canarinhos, que costumam ser letais... não o foram.

A festa ainda explodiu em cima do minuto 90, quando Umar Abubakar conseguiu desfeitear Miszta, mas o ponta de lança nigeriano estava em posição de fora de jogo na altura do remate de Tom van de Looi que havia sido defendido pelo keeper dos rioavistas.

O Famalicão ainda deve estar a pensar como perdeu dois pontos...

O melhor em campo: Cezary Miszta (Rio Ave)
Lendo a crónica percebe-se com toda a facilidade a razão de o jovem guarda-redes pontificar neste espaço. Afinal, o polaco agarrou no ponto desde o apito inicial e não mais o largou. Como que o meteu logo no autocarro dos rioavistas assim que o árbitro apitou para o início da partida. O dono das redes do emblema da caravela reforçou a ideia de que é um dos melhores da Liga na sua posição.
A figura: Gustavo Sá (Famalicão)
Não há um (verdadeiro) adepto do futebol, independentemente do clube por que torça, que não goste de Gustavo Sá. Porque o camisola 20 (que, na verdade, é literalmente um 10) tem tudo para jogar... onde quiser. Nos principais palcos do futebol mundial. O internacional sub-21 português tem magia da cabeça aos pés e pensa e executa como um craque. Fez quase tudo. E só o poste lhe negou o golo...

As reações dos treinadores:

Hugo Oliveira (Famalicão)

Obviamente que saio insatisfeito com o resultado. Fomos muito corajosos, no limite da pressão e a colocar muita gente em zonas de finalização, apenas não fomos felizes nesse momento. Mas no futuro vamos ser. Acima de tudo, este não era o resultado que merecíamos, porque merecíamos, efetivamente, os três pontos. Na minha opinião, só poderia haver um vencedor, que era o Famalicão.

Sotiris Silaidopoulos (Rio Ave)

Tivemos de jogar três jogos em nove dias e ainda para mais diante de FC Porto, Benfica e Famalicão, jogos muito difíceis. Mas estou muito contente com o espírito que a equipa demonstrou, porque os jogadores lutaram bastante, especialmente nos momentos mais complicados. E também acabámos por ter as nossas oportunidades de golo.

As notas dos jogadores do Famalicão:

As notas dos jogadores do Rio Ave: