Miszta levou ingredientes e serviu-lhes uma bela... tosta (crónica)
A hora do jogo (20h30) deixava antever que o estômago iria precisar de algum conforto. Porém, para os jogadores do Famalicão a refeição acabou por ser... indigesta: Miszta levou manteiga, queijo e fiambre, mas serviu-lhes uma bela... tosta!
O jovem guarda-redes, de apenas 23 anos, realizou uma exibição de qualidade superlativa em Vila Nova e, especialmente na primeira parte, deixou todos os famalicenses à beira de um ataque de nervos. Sorriso (20'), Rodrigo Pinheiro (30') e Gil Dias (36') viram o polaco voar como se estivesse nos céus e dele não guardam, com toda a certeza, as melhores recordações.
Mas a qualidade de jogo dos minhotos durante esse período não se limitou a esses lances. De todo. Porque Gil Dias (2' e 26'), Gustavo Sá (9'), Mathias de Amorim (29') e Sorriso (45') cheiraram o sabor da sandes, mas também não a conseguiram levar à boca.
Pelo meio, e apesar do intenso domínio dos azuis e brancos, também o Rio Ave podia ter chegado à vantagem. E se Miszta sobressaiu de um lado, Carevic disse presente do outro. Em dose dupla e perante o mesmo opositor: André Luiz. O extremo brasileiro apareceu duas vezes na cara do guarda-redes montenegrino, mas viu, em ambos os casos, o número 25 tirar-lhe o prato da frente (19' e 31').
O descanso chegou sem que o marcador tivesse funcionado e esse foi apenas o lamento de uns 45 minutos de altíssimo gabarito. Com sinal (muito) mais forte do Famalicão, que tanto fez para ser feliz.
O intervalo fez (relativamente) bem ao Rio Ave. Os vila-condenses regressaram dos balneários com outra organização, encaixaram melhor nas marcações, mas continuaram demasiado... curtos. O Famalicão manteve a intensidade (e a qualidade), voltou a encostar o adversário às cordas, mas Mathias de Amorim (67'), Tom van de Looi (72') e Gustavo Sá (77' e 82') — o internacional sub-21 português, que é um autêntico craque, atirou ao poste — também não saborearam o petisco que tanto procuraram.
Clayton (66') e André Luiz (81') colocaram Lazar Carevic em sentido, mas os canarinhos, que costumam ser letais... não o foram.
A festa ainda explodiu em cima do minuto 90, quando Umar Abubakar conseguiu desfeitear Miszta, mas o ponta de lança nigeriano estava em posição de fora de jogo na altura do remate de Tom van de Looi que havia sido defendido pelo keeper dos rioavistas.
O Famalicão ainda deve estar a pensar como perdeu dois pontos...
As reações dos treinadores:
Hugo Oliveira (Famalicão)
Obviamente que saio insatisfeito com o resultado. Fomos muito corajosos, no limite da pressão e a colocar muita gente em zonas de finalização, apenas não fomos felizes nesse momento. Mas no futuro vamos ser. Acima de tudo, este não era o resultado que merecíamos, porque merecíamos, efetivamente, os três pontos. Na minha opinião, só poderia haver um vencedor, que era o Famalicão.
Sotiris Silaidopoulos (Rio Ave)
Tivemos de jogar três jogos em nove dias e ainda para mais diante de FC Porto, Benfica e Famalicão, jogos muito difíceis. Mas estou muito contente com o espírito que a equipa demonstrou, porque os jogadores lutaram bastante, especialmente nos momentos mais complicados. E também acabámos por ter as nossas oportunidades de golo.
As notas dos jogadores do Famalicão:
Lazar Carevic (7), Rodrigo Pinheiro (6), Léo Realpe (6), Justin de Haas (6), Rafa Soares (5), Tom van de Looi (7), Mathias de Amorim (6), Gil Dias (6), Gustavo Sá (8), Sorriso (6), Simon Elisor (5), Gustavo Garcia (5), Antoine Joujou (5), Umar Abubakar (5) e Otar Mamageishvili (5).
As notas dos jogadores do Rio Ave:
Cezary Miszta (8), Pancho Petrasso (6), Julien Lomboto (5), Jonathan Panzo (6), Marious Vrousai (6), Andreas Ntoi (6), Brandon Aguilera (5), Omar Richards (5), André Luiz (7), Clayton (6), Olinho (5), Giorgos Liavas (5), Dario Spikic (5), Tamas Nikitscher (5), Nikos Athanasiou (6) e Marc Gual (-).