Milei preferiu Trump à FIFA e foi criticado: «Odeia o futebol»
Aproveitando o facto de estar a decorrer, em Nova Iorque, a 80.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), os presidentes dos países subscritores do pedido formal de alargamento do Mundial 2030 também marcaram presença na reunião com Gianni Infantino. Ou melhor, nem todos: Javier Milei esteve ausente e foi criticado pela Associação de Futebol Argentino (AFA, o equivalente à Federação).
Pablo Toviggino responsável pela área financeira da AFA foi muito duro com o chefe de estado do seu país, que preferiu estar reunido com Donald Trump. «Um governo que e um presidente que odeiam o que é popular, odeiam o futebol. Milei virou as costas à iniciativa mais importante do futebol sul-americano. Não compareceu, não enviou ninguém à reunião. Um governo que detesta o Carvaval do Futebol. Felizmente não chegam até 2030, perdão... 2027», escreveu na rede social X.
O único representante argentino acabou por ser o líder da AFA, Chiqui Tapia, que teve a seu lado, além dos homólogos dos países vizinhos, os presidentes do Uruguai e Paraguai, Yamandú Orsie Santiago Peña, respetivamente.
Recorde-se que a FIFA está a ponderar ter 64 seleções no Mundial 2030, que será realizado em Portugal, Espanha e Marrocos e com um jogo na Argentina, Paraguai e Uruguai, em homenagem aos 100 anos do primeiro Campeonato do Mundo, disputado na América do Sul.
O pedido foi formalizado pela Conmebol (a confederação de todas as federações da América do Sul) e confirmado pelo líder daquele organismo, Alejandro Domínguez, após a reunião que decorreu ontem à noite em Nova Iorque, na Trump Tower, com o presidente e o secretário-geral da FIFA, Gianni Infantino e Mattias Grafstrom, respetivamente.
«Queremos que [a celebração dos 100 anos do primeiro mundial] seja uma grande festa popular em todo o planeta e por isso ninguém deve ficar de fora», afirmou Domínguez, justificando o eventual alargamento. Se tal vier a ocorrer, tratar-se-á de passar para o dobro de seleções em comparação com o último Mundial, em 2022, realizado no Qatar, que acolheu 32 equipas e sabendo-se já que em 2026 (Estados Unidos, México e Canadá) estarão 48 seleções.
A concretizar-se a ideia, em vez de 12 grupos haverá 16, obrigando ao aumento do número de sedes. Três das quatro serão, na perspetiva sul-americana, ocupadas por Buenos Aires (Argentina), Montevideu (Uruguai) e Assunção (Paraguai). Cidades e estádios não seriam palco apenas para um jogo, tal como está previsto, mas para vários, com a particularidade de a Conmebol pedir que as respetivas seleções joguem a fase de grupos nos seus países, sem terem de viajar para a Península Ibérica ou Marrocos antes da fase a eliminar.
A proposta será agora analisada pelo Comité Executivo da FIFA, que terá de analisá-la antes do próximo congresso anual, que terá lugar em Vancouver, no próximo ano. Mas Infantino já sabe que não terá o apoio da UEFA, cujo presidente, Aleksander Ceferin, já se mostrou contra o número excessivo de equipas, considerando que isso desvirtua o espírito do Mundial - há que competir para lá chegar.