Mil jogos de Guardiola: o adversário preferido e o treinador de quem tem saudades
Tudo começou no Barcelona B, em 2007, e quase 20 anos depois, Pep Guardiola prepara-se para chegar à marca redonda de mil jogos na carreira. Vai acontecer este domingo, na receção do Manchester City ao Liverpool.
E o universo falou, disse Guardiola na conferência de imprensa de antevisão ao encontro, já que vai chegar ao registo frente ao adversário mais especial que teve ao longo da carreira.
«Se pudesse escolher um rival para este marco pessoal, que quero partilhar com muita, muita gente – o Liverpool seria o melhor. Estou há muito tempo neste clube. Claro que o Barcelona teve um grande impacto na minha vida, fui apanha-bolas, futebolista e treinador. O Bayern, claro, foi um passo incrível», reconheceu o timoneiro dos citizens.
«Mas o Liverpool, especialmente com o Jurgen [Klopp], tem sido o maior rival, não poderia ser melhor. É o destino do universo», continuou.
«Se o Liverpool foi o adversário que mais me fez melhorar? Sem dúvida. Acho que obrigámos o Liverpool a ser melhor e eles fizeram o mesmo connosco, claro», disse ainda.
Guardiola comparou depois a rivalidade entre Barcelona e Real Madrid com a de Liverpool e Manchester City. «No Barcelona-Real Madrid, o ruído à volta do jogo é mil vezes maior do que aqui», afirmou.
«A multidão no estádio é bastante semelhante, é fantástica. Ajudámos o City a criar esta rivalidade na última década. Antes disso, era Manchester United-Liverpool. Com o Jurgen [Klopp] tornou-se na maior rivalidade talvez porque a Premier League passou a ser disputada entre nós os dois.»
«Sempre gostei desta rivalidade saudável. Sempre tive a sensação de que nos respeitávamos muito. O Jurgen deu-me muito, tenho saudades dele. Deu-me muito em termos do quanto tinha de fazer para tentar vencê-lo», revelou.
«Dedicação, paixão, amor – nisso ninguém me bate»
O técnico catalão de 54 anos diz que os números destes mil jogos são «inacreditáveis» e acredita que não os conseguiria replicar se estivesse agora a começar a carreira.
«Conquistámos coisas incríveis em Barcelona, no Bayern Munique e aqui. Incrível. É difícil alcançar isto e, se começasse de novo, não conseguiria. Espero que no domingo possamos continuar esta história», referiu.
«Duas mil conferências de imprensa. Esses foram os melhores momentos. Mais as entrevistas», brincou. «Não, quando comecei não esperava isto. Mas é uma alegria. Nem todos os momentos foram bons, mas aproveitei muito a jornada até aqui. Fui abençoado. (...) No meu primeiro jogo estava nervoso. Mais inseguro do que agora. Ou, para ser sincero, talvez já não me lembre. Foi há muito tempo.»
E o segredo para esta longevididade? «Muito trabalho árduo», respondeu Pep. «Dedicação, paixão, amor – nisso ninguém me bate. Adoro escrutinar os detalhes para derrotar os adversários, convencer os jogadores e irmos juntos nisso. Os jogadores seguem-me sempre. Sempre», argumentou.