Man. United pode sentir-se feliz com a exibição, mas muralha do Arsenal não vacilou
O jogo grande da jornada de abertura da Premier League não desiludiu. O Manchester United, de Ruben Amorim, Diogo Dalot e Bruno Fernandes, perdeu em casa por 0-1 com o Arsenal, no jogo que marcou a estreia de Viktor Gyokeres em jogos oficiais com a camisola dos gunners.
13 minutos. Foi tempo que foi preciso para que a máquina de cantos do Arsenal mostrasse que continua afinada em 2025/26. Rice bateu, Saliba importunou Bayindir e Calafiori abriu o marcador, num lance em que ficaram dúvidas sobre se a ação do francês sobre o guarda-redes adversário foi legal. Foi assim que o jogo começou, mas viu-se algo no Manchester United que será, certamente, um bom sinal para Ruben Amorim. A equipa conseguiu manter a bola e construir a partir de trás, nem sempre com qualidade, mas com muita insistência. Ficam na memória o remate de Dorgu ao poste, à meia hora de jogo, e dois bons movimentos de Matheus Cunha, o segundo a obrigar Raya a uma grande defesa e o primeiro em que, depois de passar pelo meio-campo em direção à baliza, viu Saliba fechar-lhe os caminhos.
Este foi um aspeto recorrente ao longo dos 90 minutos. É que este Manchester United mostrou-se melhor — aliás, muito melhor — que tudo o que apresentou na época passada. Claro que, em momentos de 2024/25, poderá ter estado superior a outros deste encontro, mas viu-se um fio de jogo, boa reação à perda e, quando não foi possível jogar de forma apoiada, algo que aconteceu mais na primeira parte que na segunda, soube lançar ataques rápidos e contra-golpes. A equipa de Ruben Amorim acabou com 22 remates, mais 13 que o adversário, sete deles à baliza contra quatro do Arsenal, e teve 61% de posse de bola.
Pode, no entanto, não ser justo dizer que esta derrota foi injusta. Porque, do outro lado, a defesa do Arsenal revelou-se, uma e outra vez, implacável. Mesmo estando numa posição em que não costuma estar, mais na expectativa, a jogar com o relógio e a desejar o final do encontro, geriu uma, e outra, e outra vez a profundidade dos red devils, com coberturas feitas ora por Calafiori, ora por Saliba, talvez o melhor em campo. E quando não conseguiu, David Raya, entre os postes, revelou-se decisivo, com uma grande defesa na primeira parte, a remate de Matheus Cunha, e outra a cabeceamento de Mbeumo no segundo tempo. Também não foi por aí que as oportunidades de perigo não surgiram, com as duas maiores a aparecerem já para lá dos 90', a primeira com Saka a rematar para corte de De Ligt — que se mostrou ao nível mais alto desde que chegou a Manchester — e a segunda com um cruzamento do inglês que só não permitiu que Timber fizesse o 2-0 porque Bruno Fernandes intercetou no último segundo.
As oportunidades de golo flagrantes foram escassas e ainda que Raya tenha sido mais solicitado, não o foi com enorme dificuldade, salvo nas duas ocasiões já mencionadas. Ruben Amorim poderá tirar ilações positivas, como a resposta da equipa ao golo, a prestação de Matheus Cunha, o mais inconformado dos avançados ou a forma como De Ligt se mostrou a altíssimo nível, e também negativas, como a necessidade que continua a parecer evidente de contratar mais um médio de cariz mais defensivo e de recuperação. Já o Arsenal sofreu, mas com uma defesa destas é difícil falar em injustiças. Mas também há coisas a melhorar se Arteta quer levar esta equipa ao título inglês.
A estreia dos pontas de lança de milhões
Foi dia de estreia dos novos '9' de Man. United e Arsenal e não foi particularmente feliz para nenhum deles. Benjamin Sesko entrou aos 65' para o lugar de Mason Mount e pouco impacto teve no jogo. Gyokeres, por seu turno, foi titular, saiu ao minuto 60 e não efetuou qualquer remate. Ainda protagonizou um lance caricato: ao minuto 52 teve espaço, progrediu e, no momento de ir no 1 para 1 com De Ligt... atrapalhou-se com a bola. Estreia pouco feliz a nível individual para o ex-Sporting, mas certamente feliz a nível coletivo, já que saiu de Old Trafford com os três pontos.
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