Mais de 90' a olhar para Sudakov: o que houve para lá das assistências
Heorhii Sudakov chegou para o Benfica como o fator de criatividade que Bruno Lage precisava para enfrentar as várias competições que tem pela frente. O ucraniano foi pela primeira vez titular, jogou na posição 10 até à saída de Schjelderup (altura em que passou para a esquerda) e entregou-se à pressão no habitual 4x4x2 no momento sem bola, o que o desgastou talvez demasiado para ter a lucidez que seria necessária na segunda metade da partida.
Não sendo uma exibição extraordinária, o ex-Shakhtar acaba por ficar ligado aos dois golos marcados, com as duas assistências e alguns outros bons momentos. A partir dos 60 minutos, pareceu perder discernimento, o que também afetou a equipa.
É difícil tirar conclusões neste jogo sobre se Sudakov será ou não suficiente para resolver os muitos problemas do ataque posicional do Benfica. O ucraniano tem talento e é um criativo, porém o Qarabag praticamente só esteve em bloco baixo na parte final do encontro e, nessa altura, já o 10 das águias se encontrava em falência devido ao desgaste físico.
Pareceu em alguns momentos, sobretudo na primeira parte, que o médio ofensivo quis simplificar em vez de assumir o drible ou o remate — seria interessante contabilizar por exemplo o número de vezes que tentou combinar com Schjelderup —, ou até o fixar o defesa que saía ao seu encontro, provocando um desequilíbrio maior. Ainda deverá estar à procura dos índices de confiança ideais.
As ações de Sudakov no Benfica-Qarabag:
1’ – sofre falta, aos 50 segundos, de Bicalho, depois de fintar o brasileiro;
3’ – marca o canto, que resulta do livre que tinha ganho e que ficou para Ríos bater direto, muito ao largo, onde não estava ninguém;
6’ – tenta receber na área um passe longo de Aursnes e força o pontapé de canto;
6’ – GOLO DO BENFICA: 1-0. Marca o pontapé de canto para a zona do primeiro poste, onde Enzo se antecipa e cabeceia cruzado para o primeiro da partida;
8’ – tenta um passe mais apertado para Schjelderup, o norueguês ainda domina, mas perde depois a bola;
11’ – recua para perto dos centrais para ajudar na construção;
12’ – recebe à entrada da área e tenta de imediato isolar Schjelderup, porém a bola não chega lá;
13’ – recebe na transição e tenta meter alto sobre a direita em Aursnes, mas a bola sai com demasiada força;
16’ – GOLO DO BENFICA: 2-0. Recebe de Schjelderup e vê de imediato Pavlidis a atacar as costas dos centrais. Tenta meter o passe entre os dois adversários e a bola, depois de bater em ambos, chega mesmo ao grego, que faz o 2-0;
18’ – toca lateral para Enzo, perante a pressão dos homens do Qarabag;
19’ – dá para o lado novamente para Enzo, depois de ganhar a bola num ataque do Qarabag;
21’ – recebe a bola de Pavlidis e coloca de imediato no ataque à profundidade do grego, que cruza para o segundo poste, que ninguém da sua equipa ataca;
24’ – gestão da bola, com passes curtos para Schjelderup e Enzo, e abre os braços por não ver ninguém a tentar a desmarcação;
26’ – combina duas vezes com Schjelderup e por fim tenta isolar o norueguês de calcanhar. A bola não passa linha defensiva;
27’ – recebe de Dedic e coloca de primeira para Aursnes, sobre a direita, com o cruzamento depois a não chegar a Pavlidis;
29’ – pressionado, atrasa para Trubin;
29’ – mais um passe para Schjelderup, a bola depois não chega a Aursnes;
30’ – GOLO DO QARABAG: 2-1
39’ – depois de uma fase muito difícil do Benfica perante a pressão do Qarabag, que reduz e ameaça o empate, com remate ao poste e grande defesa de Trubin, recebe finalmente de Otamendi, mas não arrisca e faz um passe lateral;
39’ – dá outra vez mais para o lado, para Ríos;
40’ – desarma Jankovic, mas a bola volta a ficar na posse dos jogadores do Qarabag;
42’ – recebe com espaço, em transição, e volta a colocar em Schjederup, mas a jogada perde-se;
44’ – pressiona Kevin Medina e a bola perde-se pela linha lateral;
INTERVALO
48’ – GOLO DO QARABAG: 2-2
51’ – dá para Aursnes, depois recebe de Pavlidis e tenta de longe, mas o remate encaixa no guarda-redes Kochalski;
52’ – tenta sair em progressão colado à linha, depois de receber de Dahl, todavia, a bola sai;
55’ – recebe de Aursnes e devolve ao norueguês;
56’ – recebe de Dahl e dá em Enzo, para a bola lhe chegar outra vez e variar o centro de jogo para a direita e para Aursnes, com a jogada a terminar com remate ao muito ao lado, com o pé esquerdo, de Dedic;
59’ – recebe de Otamendi e dá em Schjelderup, volta a receber do norueguês, mas quando tenta passar um adversário desentende-se com a bola e esta sai pela linha lateral;
60’ – faz passe lateral para Ríos;
61’ – excelente passe de rotura para Aursnes, que tenta rodopiar, mas não consegue finalizar;
61’ – novo passe de rotura, agora para Pavlidis, mas a bola bate num defesa e não chega ao destino;
63’ – recebe de Pavlidis e dá novamente em Schjelderup, recebe e cai à entrada da área, queixando-se de falta;
67’ – marca o canto da esquerda, mas ninguém toca; faz um esgar de dor e coxeia ligeiramente;
68’ – mete em Schjelderup e depois para trás;
70’ – passa a jogar na esquerda, com a saída de Schjelderup (e Aursnes, entram Ivanovic e Prestianni) e tenta de imediato isolar Ivanovic, sem sucesso;
71’ – tenta o remate, mas este é bloqueado; parece já muito desgastado fisicamente;
72’ – volta a mudar o centro de jogo, para Pavlidis, na área, sobre a direita;
76’ – troca a bola com Dahl e depois com Ríos;
80’ – descobre Dedic sobre a direita;
81’ – dois passes sucessivos para Dahl;
81’ – deixa a bola sair;
82’ – volta a tentar um canto (Dahl tinha marcado o anterior), mas a bola sai para as mãos do guarda-redes;
83’ – não consegue fintar Matheus Silva;
85’ – tenta passe longo para Ivanovic, mas guarda-redes chega primeiro;
86’ – GOLO DO QARABAG: 2-3
89’ – marca canto à direita, cria confusão na área, porém não resulta em finalização;
90+4’ – tenta colocar na área, em desespero, mas mais uma vez sem grande sucesso.