Luís Castro conheceu as instalações do clube antes da conferência - Foto: Grêmio
Luís Castro conheceu as instalações do clube antes da conferência - Foto: Grêmio

Luís Castro apresentado no Grêmio e explica saída do Botafogo... devido a Ronaldo

Treinador português abordou o seu regresso ao Brasil e desafio que tem pela frente em 2026, e lembrou as 14 horas que trabalhava por dia no quarto escalão do futebol português para justificar a mudança para o Al Nassr em 2023

Luís Castro foi apresentado no início da tarde desta segunda-feira como o novo treinador do Grêmio e comentou o desafio que vai ter no clube em 2026, também por causa da pouca capacidade de investimento no plantel por parte do seu novo clube. Além disso, o técnico português também comentou a sua saída do Botafogo para o Al Nassr, no verão de 2023, e explicou que se deveu à oportunidade única de treinar Cristiano Ronaldo.

«Saí porque me permitia trabalhar com um dos jogadores que é referência mundial. Lembrei-me das 14 horas que trabalhava diariamente quando estava na quarta divisão de Portugal. Disse que tinha chegado a hora, o meu poder também de me juntar a uma referência mundial, que é o Cristiano, além de outros que lá estavam. Como sou o dono do meu destino, livre para o meu destino, nunca estive no tribunal por faltar alguma linha de contrato, sempre me relacionei com as pessoas do Botafogo de forma limpa, eu fui», disse o luso, em conferência de imprensa, apontando a fazer uma boa temporada, sem colocar objetivos.

«Queremos ser protagonistas. Acho que o plantel teve um desempenho final que abre boas perspetivas. Olho com muita positividade. Acho que podemos fazer um upgrade ao plantel, mas não vamos competir só se vierem reforços. Não, não. Com os jogadores que eu tenho hoje, já vou competir. Os jogadores já deram mostras que temos capacidade para competir e gosto muito deles. Se puder juntar mais alguns para ajudar a essa competição, que já existe dentro do meu plantel, melhor. E é isso que vamos fazer, mas que não fique hoje aqui a ideia de que só vamos competir se vierem jogadores. Não, nós já vamos competir com os que temos», garantiu, admitindo que não vai ser fácil.

«É um desafio grande, qualquer pessoa que represente o Grêmio tem uma grande responsabilidade. É uma história muito grande, muito rica. E isso obriga-nos, podemos não ter os recursos que gostaríamos, e isso não foi escondido, mas obriga-nos a ser mais minuciosos, uma especificidade melhor na escolha. As famílias com pouco dinheiro precisam de ser criteriosas. É o respeito que temos que ter na abordagem ao mercado», explicou, não se mostrando preocupado com a possibilidade de vir a não ter reforços.

«Abordámos a questão da dificuldade financeira. Não vamos falar disso em tom de lamentação. É uma constatação, mas não vamos lamentar. A realidade é esta, vamos arranjar estratégias para ultrapassar. Que jogadores temos? Temos estes. Que base temos? Temos este. O que é que o mercado nos pode dar? Isto. Juntando isto tudo, vamos fazer uma equipa que possa competir de forma a nos deixar a todos satisfeitos», acrescentou, deixando uma nota final sobre as infraestruturas.

«As visitas aos centros da base e do profissional fizeram-me perceber a grandeza do Grêmio e o que quer fazer no futuro. As instituições, mesmo tão grandes que sejam, têm espaço para crescimento, para melhorias, mais conquistas. Referências como Renato, Everaldo, Baidek, Arthur, Douglas Costa, sempre presentes na infraestrutura. Percebemos a forma que o clube respeita aqueles que ao longo da história foram os construtores», finalizou.