Luís Campos e Luis Enrique - Foto: IMAGO

Luís Campos reforma-se depois do PSG e revela a melhor decisão que tomou no clube

Português termina contrato em 2030 e família vai agradecer; escolha de Luis Enrique fundamental para o sucesso

Luis Campos, conselheiro desportivo do PSG, anunciou que se vai reformar quando terminar ligação ao clube francês.

Recorde-se que em maio renovou contrato até 2030, pelo que a reforma não será para já, mas deixou claro, em entrevista à rádio RMC Sport, que não pretende continuar noutro clube depois de deixar o campeão francês.

Luís Campos chegou ao PSG em 2022 como consultor de futebol e na altura da última renovação do contrato de Kylian Mbappé, de quem era muito próximo após a passagem em comum pelo Mónaco.

Em colaboração com o treinador Luis Enrique, encetou a construção da equipa que conquistou a UEFA Champions League, mas já antes, logo na sua chegada, contratou Vitinha, Nuno Mendes e Fabian Ruiz (em 2022), depois Ousmane Dembélé, Bradley Barcola e Lucas Hernandez (2023) e no verão de 2024 João Neves, Désiré Doué, Willian Pacho e por fim Khvicha Kvaratskhelia. Mas nem tudo foram acertos, com o RMC a recordar passagens menos felizes de Renato Sanches, Nordi Mukiele, Manuel Ugarte, Carlos Soler, Hugo Ekitike, Kolo Muani.

«O trabalho de diretor desportivo não se resume apenas ao mercado de transferências»

«A minha melhor decisão foi escolher o Luis Enrique para o PSG. Lembro-me da entrevista que tive com ele em Barcelona, percebi em poucos minutos que seria ele. Ele também percebeu rapidamente que iríamos ter essa química. Falei com o presidente após a reunião e, um ou dois dias depois, estava feito. O trabalho em equipa é muito importante. As regras do clube, dar prioridade ao coletivo, é a primeira coisa», explicou.

«O meu trabalho não se resume ao PSG, é também ajudar o QSI [grupo Qatar Sports Investments dono do clube] a crescer no plano que tem no futebol. Algumas pessoas pensam que o trabalho de diretor desportivo se resume apenas ao mercado de transferências. Aproveitei a minha experiência anterior como treinador para ajudar os treinadores, para compreender bem a relação que devemos ter com os jogadores, mas também os valores da disciplina, do rigor e da exigência diária para dar o máximo quando se joga duas ou três vezes por semana. Essa foi a grande diferença no PSG», notou.

Mercado discreto

Com um verão discreto, Luís Campos disse que o clube fez o que quis: «Trabalhámos todos juntos. Não temos nenhum arrependimento, fizemos o que pensávamos fazer. O treinador não queria um plantel alargado e eu ouvi. Esse é um dos segredos do meu sucesso. Quero ajudar os meus treinadores para que possamos ver em campo como eles pensam o futebol. Luis Enrique disse como queria que a equipa fosse estruturada, queria um defesa central com estas características, um novo guarda-redes. O jogo do PSG é difícil de compreender para o adversário e é mais fácil para nós ganhar os jogos.»

A reforma, que projeta agora com 61 anos, é uma escolha consciente. «Aos 65 anos, gostaria de ter energia para acordar várias vezes às 4 da manhã para apanhar um voo às 6 da manhã. Talvez venha ajudar-vos aqui (na RMC) se me ligarem (risos). Mas sim, o PSG será o meu último projeto, foi o que prometi à família.»