Libertadores: o prémio de muitos zeros destinado ao vencedor
LIMA — A Conmebol não se tem poupado a esforços para garantir condições competitivas de excelência na sua prova mais importante para clubes.
A edição 66 da Taça Libertadores oferece uma verba de 24 milhões de dólares norte-americanos (20,75 milhões de euros), ao vencedor da final desta tarde, em Lima. Trata-se de um aumento de um milhão em relação ao praticado na edição do ano passado e, portanto, recebido pelo Botafogo de Artur Jorge.
Mesmo quem perder o jogo, embolsará seis milhões de euros, a juntar, evidentemente, ao pecúlio entretanto conseguido na soma de todos os encontros, que, no caso de Palmeiras e Flamengo, são dez (incluindo os três da fase de grupos e os seguintes, das fases eliminatórias, a dois jogos).
Se associarmos as duas grandes competições da confederação (Taça Libertadores e Taça Sul-americana), o total de prémios monetários assumidos pelo organismo dirigente do futebol na América do Sul ascende a 302 milhões de dólares (perto de 280 milhões de euros).
De acordo com o Presidente da Conmebol, esta é uma «demonstração de respeito» pelo esforço e pelo profissionalismo crescente dos clubes envolvidos. O paraguaio Alejandro Dominguez, responsável também pela abolição das finais a duas mãos, tem sido o rosto de uma renovação importante das duas provas, tentando aproximar os seus patamares organizativos aos que caracterizam as competições inter-clubes da UEFA, cujo modelo é cada vez mais seguido.
Quem pode ser decisivo?
Final é final. Estes jogos têm um enquadramento único e uma componente psicológica aumentada. Para mais, quando frente a frente estão dois rivais do mesmo país que, nos últimos anos, têm sido responsáveis pelos momentos de maior emoção na Série A do Brasileirão.
Do lado do Palmeiras (a equipa visitada, em Lima) não são os melhores, os sinais dos jogos que conduzem a equipa à decisão continental: um desacelerar da prova doméstica que não agradou aos adeptos, até porque representou, claramente, o adeus à possibilidade de conquista do título brasileiro.
Nos últimos cinco encontros, nenhuma vitória e apenas dois empates fizeram soar os alarmes na zona norte de São Paulo, e um eventual deslize do verdão esta tarde, no Peru, pode ser a gota de água a fazer transbordar a paciência dos seus imensos seguidores, embora a Presidente do clube, Leila Pereira, já tenha feito saber que Abel Ferreira é o seu treinador, e é com o português que seguirá até ao final do respetivo contrato.
Portanto, é o Flamengo que surge em alta nacional, uma vez que a equipa orientada por Filipe Luís aproveitou da melhor maneira os deslizes palmeirenses, e está com as duas mãos quase a segurar o Brasileirão. Em quinze pontos disputados, os cariocas conseguiram treze, e viajam para Lima com a convicção da dobradinha. Vencer nos dois tabuleiros seria a verdadeira confirmação do talento do antigo lateral-esquerdo do Atlético de Madrid e da seleção brasileira, dando algum lastro à tentativa de reafirmação dos treinadores brasileiros, depois de alguns estrangeiros (os portugueses Jorge Jesus, Abel Ferreira e Artur Jorge, e o italiano Carlo Ancelotti) terem sido vistos, em algumas franjas de comentadores, como verdadeiras ameaças aos técnicos locais.
Justamente por isso, as casas de apostas internacionais valorizam mais uma eventual vitória do Palmeiras, o que significa que atribuem algum favoritismo ao Mengão, que aterrou na capital peruana rodeado de uma incrível torcida, crente na terceira vitórias em seis anos (depois de 2019, com Jorge Jesus, e de 2022, com Dorival Júnior).
Resta uma legítima dúvida: que Palmeiras se apresentará hoje, nesta cidade à beira do Pacífico? E será que o onda vitoriosa do Flamengo também viajou, e vai ser decisiva no momento da verdade?
As finais ganham-se, e quer Abel Ferreira, quer Filipe Luís, sabem-no bem. Só quando o árbitro argentino Dario Herrera apitar pela última algum deles poderá, com segurança, fazer a festa, e conquistar a glória eterna.
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