Libertadores para decidir num cenário Monumental
LIMA — Chama-se Monumental e o nome faz jus a uma construção imensa, situada no extremo noroeste de Lima, já bem longe do trepidante centro da capital peruana.
A sua construção, terminada no início do século XXI, durou nove anos, tendo o arquiteto uruguaio Walter Lavalleja seguido todos os preceitos técnicos de engenharia definidos pela FIFA, para que pudesse receber as mais importantes partidas nacionais e continentais.
O estádio Monumental pertence ao Universitário de Deportes, um dos emblemas mais conceituados do Peru (juntamente com o Alianza de Lima e o Sporting Cristal), e a melhor forma de comemorar os seus 25 anos de serviço foi a atribuição, por parte da confederação sul-americana de futebol (Conmebol) da 66.ª final da Taça dos Libertadores.
Há seis anos, na primeira final decidida no sistema de jogo único (as edições anteriores foram disputadas a duas mãos), o Flamengo, treinado por Jorge Jesus, venceu em Lima os argentinos do River Plate, por 2-1, com Gabigol como herói, marcando os dois golos brasileiros nos minutos finais do encontro. Uma época de ouro para a equipa do Rio de Janeiro.
Agora, o reencontro com a capital do Peru e com o seu estádio Monumental tem dois protagonistas do Brasil, e, com lotação esgotada, serão 80 mil as gargantas que prometem uma festa inolvidável, para conhecer o próximo campeão sul-americano de futebol.
E depois de Artur Jorge?…
O Brasil é o grande dominador dos últimos anos da Taça dos Libertadores. São do país de língua portuguesa todos os vencedores da prova desde que as finais começaram a ser disputadas num só encontro.
De facto, desde 2019 que nenhum outro país consegue colocar a mão na taça, e, dessas seis edições, quatro foram ganhas por treinadores portugueses.
Jorge Jesus abriu o livro com um dos triunfos alcançados pelo Flamengo (a equipa carioca voltaria a vencer em 2022), seguido por Abel Ferreira, cujo arranque no comando técnico do Palmeiras foi exuberante: duas vitórias consecutivas na competição continental, frente ao Santos (no Rio de Janeiro, em 2022), e ao Flamengo (em Montevideu, com prolongamento, no ano seguinte).
Até que Artur Jorge chegou ao Botafogo e também à Gloria Eterna: o Fogão é o campeão em título, após bater os também brasileiros do Atlético Mineiro, o ano passado, em Buenos Aires, por 3-1.
Palmeiras e Flamengo ganharam já por três vezes cada a Taça dos Libertadores, pelo que o encontro de hoje, com início às 21h00, assume o cenário de um verdadeiro tira-teimas: dois conjuntos à procura do quarto triunfo, ambos brasileiros, e representando as duas mais importantes cidades do Brasil.
Quem ganhar a edição de 2025 da Libertadores ficará, no entanto, ainda perto do recordista de triunfos: o Independiente, da Argentina, que já levantou o troféu por sete vezes. Emoção garantida para o jogo da época.
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