Abel Ferreira promete surpresa para a final da Libertadores
LIMA — No jogo frente ao Grêmio, em Porto Alegre (derrota palmeirense por 2-3), o treinador português Abel Ferreira rodou de tal forma a utilização de jogadores, que 11 nomes habitualmente titulares foram poupados. Um sinal claro de que, para o técnico duriense, o Brasileirão era já uma miragem, mas que, por outro lado, servia para reforçar as críticas à brutal cadência competitiva sul-americana.
Na véspera da final, na sala de imprensa do estádio Monumental, Abel apostou num pequeno mind game, deixando no ar a possibilidade de uma surpresa para esta tarde, seja no onze titular, seja no sistema tático a utilizar.
«A surpresa pode ser essa, a dinâmica dos jogadores», disse com um sorriso que adensa a expectativa dos torcedores do verdão. Mas logo atalhou que «as duas equipas se conhecem o suficiente», e sustentou que não acredita que o Flamengo, tal como a sua equipa, «vá fazer coisas diferentes».
Aliás, o dado mais interessante é justamente o conhecimento mútuo entre os conjuntos de São Paulo e do Rio de Janeiro. «As duas equipas conhecem-se melhor do que nunca», afirmou o treinador português, sublinhando que «o nosso rival me conhece ainda mais, porque estou no Palmeiras há cinco anos, e o técnico do Flamengo há um».
Há um curioso elemento analítico a reter. Na final de 2021, no Rio de Janeiro, ante o mesmo Flamengo, o Palmeiras venceu mantendo o seu grupo titular (definido sem surpresas). Mas a utilização de Gustavo Scarpa (habitual centrocampista) como lateral-esquerdo, e de Piquerez como central foram os elementos-surpresa guardados na manga por Abel Ferreira.
Depois de uma primeira vitória na Copa Libertadores em 1999, a equipa da zona norte de São Paulo foi campeã em 2021 e 2022, justamente os dois primeiros anos do consulado técnico de Abel, que havia sido transferido dos gregos do PAOK de Salónica.