Lei da criatividade até deu para viver dos rendimentos (crónica)
Quando os processos coletivos funcionam é mais fácil que a criatividade individual venha ao de cima. Quando os jogadores conseguem colocar toda a sua qualidade ao serviço da equipa a(s) vitória(s) fica(m) mais perto. Foi exatamente isto que aconteceu: os pensadores do jogo do Estoril estiveram em tarde inspirada e os canarinhos selaram o primeiro triunfo na presente edição do campeonato.
Com uma entrada forte, o conjunto orientado por Ian Cathro demonstrou, desde logo, que queria colocar fim à malapata - situação idêntica, de resto, à que vivia (e continua a viver...) o Aves SAD, outra das formações que segue sem triunfos nesta Liga - e Kévin Boma e deixou o primeiro aviso (6').
Não marcou o defesa-central togolês, haveria de marcar o médio georgiano: Nodar Lominadze respondeu afirmativamente à assistência de Ricard Sánchez e colocou os da casa em vantagem.
Por esta altura, João Carvalho e Rafik Guitane davam mostras de toda a qualidade que possuem e coordenavam o processo ofensivo do conjunto estorilista. A sociedade fez o filme do segundo golo, com jogada de requinte do franco-argelino e remate letal do português.
Os avenses só entraram verdadeiramente no jogo depois da meia hora, mas Tomané (35'), Óscar Perea (43') e Babatunde Akinsola (45+2') não tiveram sucesso nas suas ações.
Após o descanso, e talvez para se colocar a salvo de qualquer imprevisto, o Estoril voltou a marcar: João Carvalho deu mais um toque de perfume e Ricard Sánchez só teve de encostar para se estrear a marcar na Liga e selar o 3-0.
Parecia estar tudo decidido (e, efetivamente, estava), mas o emblema da Linha não se livrou de um susto. Ou, em bom rigor, dois. Um concreto, outro... efémero.
À imagem do que tinha acontecido na primeira metade, também apenas na reta final da etapa complementar se viu, verdadeiramente, a qualidade do Aves SAD. Já depois de José Mota ter esgotado as substituições para tentar extrair algo do jogo, o conjunto nortenho conseguiu reduzir a desvantagem e ousar reentrar na discussão pelos pontos: Diogo Spencer foi astuto na pressão, antecipou o erro de Tiago Brito ainda dentro da área dos canarinhos e, ato contínuo, rematou cruzado para o fundo das redes da baliza de Joel Robles.
O tempo escasseava, mas Diego Duarte ainda acreditou: o paraguaio rodou e rematou certeiro para aquele que seria o 3-2 (aos 85 minutos...), mas o VAR invalidou o golo por fora de jogo do avançado. A lei da criatividade imperou e o lucro obtido pelos canarinhos até deu para viver dos rendimentos.
As notas dos jogadores do Estoril:
Joel Robles (6), Kévin Boma (6), Ferro (5), Felix Bacher (5), Ricard Sánchez (7), Jordan Holsgrove (5), Nodar Lominadze (7), Pedro Amaral (6), Rafik Guitane (7), Yanis Begraoui (6), João Carvalho (7), Pedro Carvalho (5), Tiago Parente (5), Pizzi (5), Tiago Brito (4) e André Lacximicant (5).
As notas dos jogadores do Aves SAD:
Simão Bertelli (5), Diogo Spencer (7), Aderllan Santos (-), Cristian Devenish (5), Kiki Afonso (4), Ángel Algobia (4), Jaume Grau (5), Óscar Perea (6), Bruno Lourenço (5), Babatunde Akinsola (6), Tomané (6), Paulo Vítor (5), Rafael Barbosa (6), Diego Duarte (6), Guilherme Neiva (5) e Sidi Bane (5).
Reação dos treinadores:
Ian Cathro (Estoril):
Fizemos um jogo dentro do nosso estilo, as pessoas já têm uma ideia do que é o Estoril e acho que conseguimos demonstrar isso durante muito tempo neste encontro. Quero dar os parabéns aos jogadores pelo trabalho que realizaram.
José Mota (Aves SAD):
No lance do primeiro golo o jogador parecia o Maradona e finalizou como quis. Houve muita passividade nossa. O Estoril aproveitou os erros. Depois reagimos, em vários aspetos, e fico frustrado porque o Estoril não foi melhor do que o Aves.
Notícia atualizada às 18h33