José Boto prudente antes da final da Libertadores
LIMA — Apesar do ligeiro favoritismo concedido ao Flamengo pelos observadores internacionais para o jogo decisivo da Libertadores contra o Palmeiras, José Boto, o português que assume a direção desportiva dos cariocas, sublinha que «uma final é sempre um jogo de 50/50» e que as duas equipas têm hipóteses. E reforça: «Não nos impressiona a ideia dos outros ou mesmo a das casas de apostas.»
Boto espera «duas equipas no seu melhor», referindo, a propósito da quebra competitiva e de resultados do Palmeiras nas últimas cinco jornadas do Brasileirão, que tal facto «não impressiona, porque sabemos que isto é uma competição diferente». Por isso, antevê «um jogo duríssimo». «Vamos ter as nossas chances, mas o Palmeiras também as terá», adverte.
O dirigente português do Flamengo concorda com as críticas endereçadas por Abel Ferreira à calendarização do final de temporada na América do Sul, com as equipas que atingem finais continentais a terem de atuar a cada três dias. Aliás, recorda que foi o Flamengo o primeiro a queixar-se.
«Preparar uma final que tem a mesma importância da Champions League, com três dias, sendo que um deles é a viajar do Brasil para o Peru, num voo de cinco horas, não são as melhores condições para as equipas se apresentarem», diz.
Neste caso, e tendo Flamengo e Palmeiras condições logísticas idênticas, há um dado que ganha peso: a perspetiva da dobradinha do Mengão será boa, ou pesará? Boto não tem dúvidas: «Foi a pensar jogo a jogo que nos trouxe aqui e que nos leva a estar na frente do campeonato, mas não achamos que isso nos dê qualquer vantagem.»
Na ótica do Flamengo, este «é processo de um trabalho árduo e que queremos muito coroar com este êxito», remata. Aos 59 anos, José Boto conclui a primeira temporada no Flamengo e a equipa pode ganhar duas competições em duas semanas, reafirmando-se no patamar continental, depois de ter vencido a Copa Libertadores em 1981, 2019 e 2022.