Ivo Vieira reconheceu que a sua equipa não teve andamento para o Sporting - Foto: Catarina Morais/Kapta+
Ivo Vieira reconheceu que a sua equipa não teve andamento para o Sporting - Foto: Catarina Morais/Kapta+

Ivo Vieira: «Não tivemos argumentos para anular o Sporting»

Treinador do Tondela assumiu dificuldades da sua equipa em todos os setores na receção ao bicampeão nacional

- Na antevisão ao jogo elogiou o Sporting, mas disse que queria um Tondela ousado, com capacidade de desafiar o adversário. Hoje faltou isso à equipa?

- Sim, nitidamente o Sporting foi melhor em todos os momentos de jogo, mesmo nas ações individuais, em termos defensivos. Quando tentámos ligar e chegar à baliza do Sporting não conseguimos e o Sporting foi mais competente, fez três golos, mandou praticamente no jogo. Sinto que, mesmo tentando fazer algo de diferente não tivemos argumentos para anular aquilo que foi o Sporting ofensivo e defensivamente também, com uma pressão e com coberturas na última linha defensiva. Mesmo arriscando um contra um tiveram sempre capacidade de resolver os problemas. Foi um jogo inglório no sentido em que tentámos, quisemos, mas não tivemos argumentos para contrariar tudo aquilo que foi o Sporting, num jogo bem conseguido da parte deles.

- Apesar da derrota por 3-0 o Bernardo Fontes fez 13 defesas, é o guarda-redes com mais defesas efetuadas num jogo de campeonato. Sai daqui a pensar que, sem ele, poderia ter sido muito pior?

- Sim, o que penso é que a equipa podia fazer mais e podia fazer melhor. Agora, encontrámos um adversário bastante competente em todos os momentos no jogo. Já afirmei há pouco, é verdade que o Bernardo faz quatro/cinco defesas de grande valia, obviamente que o resultado, por aí, até podia ser mais dilatado naquilo que foi o jogo e as oportunidades conseguidas por um lado e não conseguidas por outro, mas o guarda-redes está lá para isso, faz um grande jogo, é uma realidade. A equipa trabalhou, tentou, fez o seu máximo, mas sem argumentos, mais uma vez, para conseguir contrariar a qualidade, a mais-valia do Sporting, o acrescento de gente na frente, a dinâmica que tem no meio, com os dois extremos por dentro, o Pote e Trincão, foi muito difícil. Podíamos ter discutido mais o jogo, estar dentro em mais momentos, mas permitimos os golos ao Sporting.

- Tentou colocar dois pontas de lança no início da segunda parte, mas pareceu ter havido algum desconforto entre eles e depois voltou a mexer. Dentro daquilo que vimos no jogo, a melhor versão do Tondela foi aquela que terminou o jogo?

- Tentámos arriscar um pouco, no sentido em que estávamos em desvantagem, tínhamos de fazer algo mais, ao menos quando tivéssemos bola, meter mais gente na frente e na área, obviamente que a bola tem de lá chegar, mas a ideia era esses dois atletas conseguirem anular uma construção a três, que no início estava a quatro, mas estava a fazer ali com o Fresneda, por vezes, e o Simões e estávamos a ter alguma dificuldade nesse aspecto, tentamos com os dois anular três, mas a ligação por dentro do Sporting é muito forte, muito sinceramente, com muita qualidade, mesmo sob pressão, encontram espaços, saem com ponta de lança, saem com os dois extremos, projetam os dois laterais, muitas vezes já ficam numa zona intermédia e a nossa linha defensiva a custar nos encurtamentos, depois até fizemos algumas vezes com o Simões a arriscar também muito homem para homem, mas com a qualidade dos jogadores do Sporting, o risco era maior, porque rodam bem, porque têm capacidade de acelerar o jogo, mas, no fundo, era arriscar um pouco mais, tendo superioridade por trás, não foi possível, depois tentámos encaixar e o Jordan também estava desgastado, já não trazia grande capacidade em termos de jogo, tentámos também refrescar com outro homem ali, estava a faltar gente.

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