Zlatan Ibrahimovic, dirigente do Milan
Zlatan Ibrahimovic, dirigente do Milan - Foto: IMAGO

Ibrahimovic: «50 mil chamaram-me cigano, queria que gritassem mais alto»

Antigo avançado sueco recordou alguns momentos da sua carreira como jogador

Zlatan Ibrahimovic continou as suas aparições mediáticas dos últimos dias.

Desta vez, numa participação no programa Isto Sou Eu, onde desportistas falam sobre a sua vida e carreira e começou por abordar a vida dos seus filhos, Maximilian e Vincent.

«Não é fácil para eles, mas a sua mentalidade é ainda mais forte que a minha, e isso pode ajudá-los. Vivem uma vida diferente dos outros porque o pai deles foi um excelente jogador, talvez o melhor. Tento separar o Ibra profissional do pai», começou por dizer antes de comparar aquilo que foi a infância deles com a sua própria.

«A vida deles é mais fácil, mais simples, porque podem fazer mais coisas do que eu. O que lhes ensino é disciplina, respeito e independência. Se conseguirem isso, significa que fiz bem o meu trabalho como pai», acrescentou.

«Tive de ser mais forte que os outros»

Ibrahimovic é um dos maiores símbolos da história do futebol da Suécia e diz que o seu esforço foi importante para as gerações futuras.

«Trabalhei, sacrifiquei-me, fui contra todos. Tive de ser mais forte que os outros para me destacar e ter a oportunidade de ter sucesso. Hoje, posso dizer que abri portas a muitas gerações na Suécia», afirmou.

«A primeira vez foi felicidade, a segunda foi amor»

O antigo goleador jogou por vários clubes, mas apenas teve duas passagens num só, o Milan - o clube do seu coração.

«Serei sempre um adepto do Milan e nunca esquecerei o que o Milan me deu. A primeira vez foi felicidade, a segunda foi amor. Joguei com rapazes 20 anos mais novos do que eu. Pedi para não me explicarem o programa da despedida porque queria expressar as minhas emoções de forma espontânea», explicou o antigo avançado dos rossoneri entre 2010 e 2012 e entre 2019 e 2022.

A propósito da segunda passagem, recordou um momento em que marcou um golo frente à Roma no Estádio Olimpico e os momentos que se seguiram.

«Lembro-me daquele dia. Marquei um golo e 50.000 pessoas começaram a gritar-me: 'És um cigano!' Fingi que não ouvia, isso foi a minha motivação. Comecei a dizer para mim mesmo: 'Mais alto, mais alto, mais alto.' Depois disso, recebi um cartão amarelo, e ainda hoje não percebo porquê», concluiu.

Zlatan Ibrahimovic é agora dirigente do clube de Milão desde 2023.