Mbappé diz que é preciso plantar um sorriso em que estará a ver o jogo - FOTO IMAGO
Mbappé diz que é preciso plantar um sorriso em que estará a ver o jogo - FOTO IMAGO

Homenagem às vítimas do atentado terrorista de 2015 em Paris, entre elas um português

Mbappé diz que «há coisas mais importantes do que um jogo de futebol» e com emoção garante que os jogadores pensarão em todas as famílias que perderam entes queridos no sangrento 13 de novembro

O dia 13 de novembro de 2015 ficará para a história como um dos mais sangrentos na história recente de França... desde a II Guerra Mundial. Um atentado terrorista concertado e em seis locais da capital francesa, mais tarde reivindicado pelo Estado Islâmico, provocou a morte de 132 pessoas e fez 350 feridos, sendo que uma das vítimas mortais foi um português que se encontrava nas imediações de Stade de France.

Manuel Dias, de 63 anos, tinha acabado de deixar alguns passageiros que iam assistir ao França-Alemanha, acabando por ser alvejado no dia em que a sala de espetáculos Bataclan foi o local com mais vítimas mortais.

Ontem, durante a conferência de imprensa para o jogo com a Ucrânia, Mbappé falou com emoção desse dia de horror.

«Toda a gente sabe como é especial o dia de amanhã [hoje]. Não no bom sentido da palavra, evidentemente, mas porque nos faz sofrer. Por isso, queríamos ter um pensamento para todas as pessoas que perderam seus entes queridos, que foram afetadas, feridas, seja mental ou fisicamente», começou por dizer.

Mbappé diz também que os jogadores vão encontrar forma de homenagear as vítimas durante o jogo com a Ucrânia de Trubin e Sudakov, jogadores do Benfica.

«Amanhã, tentaremos prestar homenagem a todas essas pessoas, seja durante o dia, durante o jogo, tentando colocar um sorriso no rosto das pessoas que virão ao estádio, embora saibamos que não é um dia alegre», afirmou, dizendo que há momentos em que há coisas muito mais importantes que um jogo de futebol: «Queremos fazer os franceses entenderem que, apesar de estar em jogo uma classificação para o Campeonato do Mundo, existem coisas mais importantes. E a lembrança deste dia, que lamentavelmente é histórico, faz parte desses episódios. Não estamos distantes disso.»

Nem sempre as palavras saem como queremos e no momento de falar da tragédia, o selecionador Didier Deschamps afirmou que os jogadores não deixam de pensar no significado do dia.

«Não é fácil para os jogadores recordarem aquele dia. E esta dificuldade para se expressarem sobre isso explica-se por contenção, dever de memória, apoio e compaixão por essas famílias que sofreram e perderam os seus entes queridos», afirmou.

Muitas homenagens vão ser feitas por toda a cidade de Paris e no estádio vai cumprir-se um minuto de silêncio e ser exibida uma tarja onde se vai ler: «Futebol pela paz.»