Renato Paiva a orientar um treino do Botafogo
Renato Paiva a orientar mais um treino do Botafogo (Foto: @Botafogo)

«Hoje o Renato Paiva é um génio, há três dias era um burro»

Português comenta as oscilações a que treinadores e jogadores estão sujeitos; vitória sobre o PSG no ranking dos momentos mais marcantes da carreira

Renato Paiva alertou contra a euforia depois de Botafogo ter vencido o PSG no Mundial de Clubes e falou também sobre adeptos de outros clubes estarem a torcer pelos brasileiros na competição. 

«Na forma como eu vejo o desporto, acho isso absolutamente normal. Sempre torci pelo Benfica e queria sempre que o Benfica ganhasse nas competições portuguesas. Mas quando eram competições europeias, queria que os clubes portugueses ganhassem, porque era bom para Portugal. Vejo o desporto dessa forma. E entendo que o verdadeiro adepto que ama o futebol e o seu país, e que não fica nada atacado na sua paixão pelo seu clube específico em valorizar o outro mesmo que seja rival, só o torna mais nobre», disse em entrevista ao Globoesporte.

Sempre torci pelo Benfica e queria sempre que o Benfica ganhasse nas competições portuguesas. Mas quando eram competições europeias, queria que os clubes portugueses ganhassem, porque era bom para Portugal. Vejo o desporto dessa forma

Renato Paiva lembrou as oscilações da avaliação do Brasil e sublinhou que o Botafogo ainda nem está qualificado para a próxima fase. 

«Acho que é um momento de orgulho para todos. Depois, há os 'antis', mas isso haverá no futebol como há na sociedade. Hoje, infelizmente, podes fazer 50 coisas ótimas. Se fazes uma que não é tão boa, é essa que vai vender ganhar dimensão. Nâo é um problema do futebol, mas da sociedade, e o futebol não se dissocia. Hoje o Renato Paiva é um génio, há três dias era um burro. Hoje o jogador X é fantástico, há três dias era ‘perneta’. Mas sei como nós, Botafogo e grupo, vivemos com isso: fechados, não ouvindo absolutamente nada que te ponha na Lua ou cá em baixo. Nós precisamos de equilíbrio. E até já contextualizando, precisamos jogar o último jogo para ganhá-lo e passar de fase, o que ainda não fizemos.» 

Hoje o Renato Paiva é um génio, há três dias era um burro. Hoje o jogador X é fantástico, há três dias era ‘perneta’. Mas sei como nós, Botafogo e grupo, vivemos com isso

Para o treinador, este é o terceiro momento mais marcante da sua carreira: «O dia mais importante em questões profissionais foi quando entrei no Benfica e comecei todo este trajeto. O segundo dia mais bonito que tive foi quando fomos campeões no Independiente Del Valle, não sendo uma equipa favorita e sendo a minha primeira experiência no exterior no futebol profissional. Começar assim foi marcante, fazendo história num país e um clube que nunca tinha sido campeão. O terceiro momento de maior impacto é este, pela magnitude do feito, pela repercussão mundial, onde chegou esta notícia. São os três momentos que coloco em um mesmo patamar, mas com sentimentos diferentes.»

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