Burnley, de Florentino, venceu em casa do Wolverhampton, orientado pelo técnico português, que ainda não venceu na Premier League esta temporada. #DAZNPremier

«Há dois meses cantavam o meu nome pelo trabalho que fizemos, agora é para me despedirem»

Contestação no Wolverhampton chegou a Vítor Pereira, depois de arranque sem vitórias

O Wolverhampton vai de mal a pior e, depois de nova derrota na Premier League (2-3 em casa com o Burnley), a contestação chegou a Vítor Pereira.

O treinador português ainda não ganhou qualquer encontro no campeonato esta época (tem duas vitórias mas na Taça da Liga) e os lobos agonizam no último lugar, com nove jogos e dois pontos, já a seis da linha de água.

A contestação dos adeptos, que tem sido, neste arranque da temporada, dirigida sobretudo à Fosun, dona do clube — «Venderam a equipa, agora vendam o clube» tem sido um dos motes, depois das transferências no verão de Matheus Cunha para o Manchester United e de Ait-Nouri para o Manchester City, sem que chegassem reforços de peso —, já atinge agora Vítor Pereira.

«Despedido de manhã», cantaram os fãs dos Wolves no final da partida com o Burnley, após derrota selada aos 90+5' com golo de Lyle Foster. Vítor Pereira, particularmente exaltado, e os jogadores envolveram-se em discussões acaloradas com os adeptos da bancada sul.

Seguro, para já

«É normal no futebol. Se ganharmos dois ou três jogos seguidos, tudo muda», afirmou Vítor Pereira na conferência de imprensa após o jogo, desvalorizando a contestação. «Há dois meses cantavam o meu nome pelo trabalho que fizemos na época passada, que nos permite competir na Premier League e não no Championship. Agora cantam o meu nome para me despedirem...»

O cenário de saída, porém, não está em cima da mesa. Vítor Pereira, que há menos de mês e meio renovou contrato por três temporadas, ainda beneficia do lastro criado com a salvação na época passada — o Wolverhampton também começou mal, demorou 11 jornadas a conseguir a primeira vitória, mas o técnico luso chegou em dezembro e ainda conseguiu a manutenção.

«Não estou preocupado [com o lugar], não se trata de mim. Trata-se da equipa, dos jogadores. O meu trabalho é ajudá-los a reerguerem-se, a serem mentalmente fortes para a próxima batalha», acrescentou Vítor Pereira, que tentou igualmente apaziguar a tensão com os adeptos: «O que lhes disse é que trabalhamos muito e que precisamos de lutar juntos. Compreendo a frustração. Quando se está ali 90 minutos a tentar ajudar a equipa e a equipa deu tudo em campo para vencer, mas no final sofre-se um golo, eu entendo a frustração. O que lhes devo dizer é que se lutarmos com eles, unidos, podemos ganhar jogos. Sem eles, é impossível.»

Mas a verdade é que já passaram seis meses desde a última vitória na Premier League.