FC Porto: Rodrigo Mora tem canhota que rende e até cumpre promessas
De fora da área, num disparo de execução sublime, Rodrigo Mora selou a vitória que colocou o FC Porto nos oitavos de final da Taça de Portugal. O jovem médio-ofensivo não foi titular frente ao Sintrense, mas Francesco Farioli lançou-o logo após a hora de jogo, ainda com a vantagem mínima no placar, e o futebol azul e branco adquiriu perfume renovado. A cereja no topo do bolo foi o golaço marcado pelo criativo, aos 80 minutos, de pé esquerdo.
Os menos familiarizados com o camisola 86 nem terão suspeitado que o internacional sub-21 português é predominantemente destro, tal a intencionalidade do remate. Porém, a lógica dos números mostra que Mora sabe, de facto, pôr a canhota a render. O primeiro tento de Rodrigo na chamada prova-rainha foi o sexto com o pé menos dominante ao serviço da formação principal dos azuis e brancos num total de... 14. Quer isto dizer que quase metade dos tiros certeiros da pérola forjada no Olival nasceram do seu pé esquerdo.
Antes do duelo de domingo, Rodrigo Mora já tinha dado uso à canhota contra Boavista, Estoril, Famalicão, Al-Ahly — na temporada passada — e Estrela Vermelha (já em 2025/26). E, após o apito final, foi o próprio a revelar que tem trabalhado o pé esquerdo nos treinos. «Arrisquei e acho que foi um bom golo. No final dos treinos, ensaio a finalização com os dois pés e neste jogo deu resultado», explicou o jogador. Uma arma extra para alguém que, na época em curso, tem tentado aproveitar todas as oportunidades: é 'apenas' o 15.º jogador mais utilizado do plantel às ordens de Farioli. Frente ao Nice, na quinta-feira, não é de descartar que, embalado por uma meia-hora de excelentes indicações na Taça, possa reclamar um lugar no onze dos dragões, mas a concorrência, já se sabe, é forte e deverá ficar ainda mais densa perante a recuperação de Victor Froholdt.
Voltando ao momento mágico do 3-0 na Taça, ficou igualmente na retina a celebração de Mora. O médio-ofensivo, de 18 anos, dirigiu-se ao banco do FC Porto e logo abraçou João Costa, no papel de suplente de Cláudio Ramos — Diogo Costa não figurou sequer na ficha de jogo. Ao que A BOLA apurou, o momento de carinho do jovem para com o guarda-redes não foi obra do acaso: Rodrigo já tinha prometido ao companheiro de equipa que iria dedicar-lhe um golo que marcasse e, aproveitando a (rara) presença de 'Andorinha', como também é conhecido, no banco, cumpriu o 'pacto' firmado entre ambos.
De acordo com informações recolhidas pelo nosso jornal, a diferença de idades entre os dois jogadores — Rodrigo Mora tem 18, João Costa conta 29 — não é obstáculo a uma relação de grande proximidade, que tem como um dos grandes pontos comuns o facto de ambos serem portistas de gema e formados na fábrica de talentos do Olival.
Depois de ter estado com pé e meio fora do Dragão no último verão, Rodrigo Mora mostra-se comprometido a cem por cento com o FC Porto, rejeitando baixar os braços na luta por mais tempo de jogo. No domingo, até deu para atuar ao lado de Gabri Veiga... e Farioli não desgostou.