FC Porto: os planos de Marcano para o futuro

O jogo com o Nacional foi especial para Marcano. Por iniciativa dos capitães do clube, e com o apoio unânime do balneário, o defesa espanhol teve a honra de envergar a braçadeira de capitão no jogo frente aos madeirenses, na despedida do Dragão. Num gesto simbólico e cheio de significado, a braçadeira, habitualmente usada por Diogo Costa, foi cedida ao central, mesmo com o número 99 na baliza. Um tributo merecido para um jogador que deixa uma marca indelével pelo seu caráter exemplar, à semelhança de figuras como Pepe.

Marcano planeia encerrar o seu capítulo nos azuis e brancos depois da participação na próxima edição do Mundial de Clubes e, ao dia de hoje, nada mudou. O defensor representou o FC Porto durante uma década em dois ciclos distintos: em agosto de 2014, assinou por quatro temporadas pelos dragões, numa transferência do Rubin Kazan, da Rússia. Em 2018/19, saiu como agente livre com destino à Roma, mas a passagem por Itália foi breve, regressando ao FC Porto na época seguinte, para assinar até 2023 e, mais tarde, renovar a ligação aos azuis brancos até junho de 2025. Devido à competição continental nos Estados Unidos, a sua estadia será prolongada até julho, marcando o fim de uma carreira notável nos azuis e branco.

Figura reservada, sem presença nas redes sociais, Marcano já vislumbra o seu futuro como treinador, segundo apurou A BOLA. Não são conhecidos, em detalhe, os passos com que pretende iniciar essa carreira, se como orientador de jovens talentos ou num nível intermédio, com seniores. O que é público é que o clube onde se formou e se tornou profissional, o Racing Santander, há muitos anos que procura convencê-lo a voltar. Até agora, sem sucesso.

O que torna Marcano tão especial não é apenas o seu talento em campo, mas também a sua postura fora dele. Numa temporada desgastante em que vários jovens foram integrados na equipa, o espanhol foi um verdadeiro mentor, mesmo enquanto enfrentava um longo e exigente processo de recuperação física. A sua capacidade de unir o grupo e motivar os mais novos foi muito valorizada.

Com 31 golos, Marcano é o defesa mais goleador da história do FC Porto, e a sua dedicação não passou despercebida a Martín Anselmi, que expressou publicamente o desejo de contar com ele por pelo menos mais uma época. «Mora é como é porque tem Marcano com 37 anos que lhe ganha todos os duelos», destacou o técnico argentino, sublinhando o espírito competitivo e a influência do espanhol.

Iván Marcano regressou aos relvados no jogo entre Arouca e FC Porto, na 24.ª jornada da Liga, em 1 de março de 2025. Este foi o seu retorno à competição ao mais alto nível depois de quase um ano e meio de ausência devido a uma grave lesão sofrida em setembro de 2023. Marcano foi titular no jogo disputado no Estádio Municipal de Arouca e o FC Porto venceu por 2-0, sendo substituído aos 75 minutos, por Zé Pedro.

No desafio seguinte, contra o SC Braga (derrota por 1-0), foi novamente titular e rendido aos 57 minutos por William Gomes, depois de um reordenamento estratégico promovido por Martín Anselmi que não teve efeito prático. Recuperada a confiança e a solidez, o jogador, de 37 anos, somou uma sequência de nove partidas consecutivas, sempre a jogar os 90 minutos, sem registo de qualquer alarme físico e com uma influência tremenda na dinâmica defensiva do FC Porto. Ao serviço dos portistas participou em 264 partidas, com registo de 31 golos marcados e cinco assistências.

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