FC Porto: ambição renovada na Liga Europa pelo peso do estatuto de tubarão

É um FC Porto a todo o vapor aquele que, esta noite (20h00), passa pela primeira estação europeia de 2025/26. Salzburgo, a cidade onde nasceu Mozart, recebe os dragões de Francesco Farioli, motivados por seis vitórias noutros tantos jogos no campeonato. O objetivo passa, assim, por transpor o excelente momento vivido a nível interno para os palcos do Velho Continente, não só pelos pergaminhos que os dragões ostentam, mas também porque o estatuto atual a isso obriga.

Entre as 36 equipas presentes na presente edição da Liga Europa, não há quem tenha palmarés internacional mais recheado do que os azuis e brancos: são sete os títulos internacionais, dois deles na prova em questão. O mais próximo é o Feyenoord, que soma quatro troféus além-fronteira. A juntar a isto, que por si só já seria suficiente para fazê-lo, o ranking da UEFA também veste pele de tubarão ao FC Porto. Atualmente, apenas Roma, Feyenoord e Lille ocupam posições mais cimeiras do que os dragões no coeficiente calculado a cinco anos pelo organismo que tutela o futebol europeu.

Uma responsabilidade exacerbada pelo desejo claro de restaurar uma imagem mais condizente com o historial portista. Algo que o presidente, André Villas-Boas, fez questão de frisar. «A Liga Europa tem uma história intimamente relacionada com o clube, temos um compromisso com a vitória. Na época transata, as coisas não nos correram bem, não só a nível nacional como internacional, com a Liga Europa e o Mundial de Clubes. Toda a imagem que o FC Porto quer dar tem de ser o oposto da que deu no ano passado. Esse é um compromisso que queremos assumir», assumiu o líder azul e branco, anteontem.

Certo é que as últimas participações dos dragões na Liga Europa têm ficado aquém das expectativas. Desde a conquista de 2010/11, precisamente com AVB no comando técnico, o FC Porto somou apenas nove vitórias em… 32 jogos! E a fase mais adiantada que atingiu foram os quartos de final, em 2013/14, após a repescagem da fase de grupos da Liga dos Campeões. Levanta-se, por isso, a necessidade de mudar o panorama. E, a julgar pelos sinais dados na Liga, as perspetivas são positivas.

Representante maior, a par do Leipzig, do franchise Red Bull no futebol europeu, o Salzburgo joga com uma camisola diferente nas competições europeias. Literalmente. Por conta dos regulamentos da UEFA, o emblema austríaco, adversário desta noite do FC Porto, está obrigado a alterar o símbolo cada vez que disputa uma partida para a Liga dos Campeões ou Liga Europa. Os famosos touros vermelhos, que são imagem de marca da conhecida marca de bebidas energéticas, não pode figurar nos equipamentos europeus do Salzburgo, que, perante esta condicionante, opta por colocar apenas um touro no escudo do clube.

E o nome também muda: se, nas provas internas, o Salzburgo é, oficialmente, o Red Bull Salzburgo, nas competições sob a égide da UEFA, a nomenclatura passa a ser simplesmente FC Salzburgo. Aliás, se for à loja oficial do clube por estes dias, vai encontrar as duas camisolas à venda. A decisão fica ao gosto de cada adepto…