Ex-Sporting recorda 'dispensa' de Amorim: «Foi um choque»
Atualmente lesionado, Arthur Gomes concedeu uma entrevista ao podcast Futebol no Mundo, da ESPN, na qual abordou diversos temas, entre os quais a passagem pelo Sporting.
Jogador do Dínamo de Moscovo, o jogador de 27 anos rompeu o tendão de Aquiles em abril e encontra-se em recuperação desde então. Arthur chegou à Rússia no verão de 2024, proveniente do Cruzeiro. Antes, tinha estado precisamente no Sporting.
O extremo brasileiro aterrou em Portugal em agosto de 2021, para jogar no Estoril. Só precisou de um ano para convencer o Sporting a avançar para a sua contratação. Na verdade, conta agora, só precisou de um jogo para convencer Ruben Amorim, na altura treinador dos leões.
«Ruben Amorim disse que me queria lá [no Sporting]. Afirmou que, desde o meu primeiro jogo em Portugal, nunca mais tinha tirado os olhos de cima de mim. A minha estreia foi precisamente contra o Sporting», começou por dizer.
«Quando cheguei, no primeiro dia, Ruben chamou-me à sala dele e disse: 'Vou puxar por ti todos os dias, exigir muito, és uma aposta minha'. Encheu-me de elogios e deu-me muita confiança», recordou, sobre a chegada a Alvalade.
Um dos momentos altos da estadia de Arthur no Sporting foi a estreia na UEFA Champions League, na qual apontou um grande golo diante do Tottenham.
«Eu estava em êxtase, só feliz de já estar no banco na Champions. O Amorim chama-me, eu vou e quase ninguém percebeu que eu ia entrar, por causa da euforia no estádio. Nem minha esposa, que estava na arquibancada, viu», lembrou, antes de acrescentar, sobre o golo: «Foi incrível.»
Um ano, 38 jogos, quatro golos e três assistências depois, no entanto, Arthur voltou ao Brasil, para representar o Cruzeiro, apesar de tudo apontar para uma continuidade na equipa leonina.
«Na hora, foi um choque»
«Quando a temporada acabou, Ruben chamou-me e disse que contava comigo. Explicou como ia jogar e a minha posição. Eu estava feliz no Sporting», disse. «Fui de férias e recebi uma chamada do diretor do clube, que me informou que o Ruben Amorim tinha mudado de ideias e ia alterar a tática. Disse-me que eu era um jogador que precisava de jogar e que não me via no banco. Na hora, foi um choque», continuou.
«Disse que não queria mudar a opinião dele, agradeci pelo tempo que passei com ele e que ia ver o que faria», acrescentou.
Sobre a lesão grave sofrida em abril, Arthur confessa que o processo não tem sido fácil. «Quando aconteceu, fiquei sem acreditar. Só depois fui assimilando a gravidade da lesão. Não esperava que fosse tanto tempo sem jogar futebol», admitiu.
«Para o mental é muito difícil. É preciso estar muito forte. Usei este momento para crescer mentalmente e cuidar-me melhor nesse sentido. O que não nos mata, fortalece-nos. Estou com essa frase na cabeça. É preciso ter muita resiliência. Estive mais próximo do meu filho e da minha família neste período», explicou.