Schelotto representou o Sporting entre 2015 e 2017
Schelotto representou o Sporting entre 2015 e 2017

Ex-Sporting lembra o momento mais importante da carreira: «Desabei em lágrimas»

Em semana de dérbi de Milão, Ezequiel Schelotto recordou quando marcou no Inter-Milan de 2013

Passou pelo Sporting de Jorge Jesus entre 2015 e 2017 - somou 43 jogos e sete assistências -, mas foi no Inter que viveu o melhor momento da carreira. Em 2013, o argentino apontou o único golo com a camisola nerazzura num dérbi com o Milan, que terminou empatado a uma bola. Em entrevista à La Gazzetta dello Sport, o lateral recordou o feito.

«Antes de cada clássico, volto 13 anos atrás no tempo. Reviver tudo é sempre um orgulho, olhar para a minha tatuagem [a data do jogo gravada na pele, 24/02/13] faz-me perceber que sou um privilegiado», começou por dizer. «Durante os estágios pré-jogo, eu dividia o quarto com o Ricky Alvárez, argentino como eu. Na noite anterior àquele jogo, estávamos a fantasiar. A certa altura, ele disse: 'Imagina se amanhã um de nós entrar e marcar um golo... Teríamos que fazer algo especial!.' E então, naquele momento, surgiu a aposta: se um de nós dois marcasse, faria uma tatuagem. [Depois de marcar] Ricky correu na minha direção e gritou: ‘Amanhã, todos ao tatuador!’ Na segunda-feira, fui», continuou, admitindo que foi o momento mais emotivo da carreira.

Schelotto a festejar o golo ao Milan. Foto: IMAGO

«Sem dúvida. Nessas circunstâncias, percebes que o futebol não é apenas um desporto, mas uma parte da vida. Sem ele, eu não teria forças. É uma loucura. Um golo que todos se lembram, que fica no coração de todos... Nunca vou deixar de agradecer aos adeptos do Inter pelo carinho. Pela primeira vez, a minha família estava na bancada, vieram da Argentina para me ver. Os meus seis irmãos estavam presentes. Foram momentos em que todos os sacrifícios, esforços, dificuldades, quilómetros longe de casa, o período difícil que eu tinha vivido até pouco tempo antes, quando ainda era jogador do Atalanta, passaram-me pela cabeça. Libertou-me de um peso enorme. Desabei em lágrimas enquanto comemorava», confessou.

«Nunca esquecerei quando o presidente me pegou pela mão no meio do campo após o apito final, quando eu estava prestes a entrar no túnel. Ele disse-me: «Olha à tua volta, observa tudo isto, pensa em todas as pessoas que te viram aqui e na televisão: a partir desta noite, e para sempre, ficarás na história do Inter.' Palavras que ainda hoje guardo no coração e nas quais penso sempre que há dérbi», lembrou.

Apesar da noite de glória, o fim da passagem pelos nerazzurri não foi o desejado: «Fiquei apenas seis meses no Inter e ainda tinha quatro anos de contrato. Gostaria de ter ficado pelo menos mais um ano. Ainda precisava de me adaptar. Não tive a oportunidade de mostrar o meu valor. Só fiquei desapontado com isso, do resto estou muito orgulhoso.»

Após empréstimos a Sassuolo, Parma e Chievo, Schelotto rumou ao Sporting em 2015. Seguiram-se passagens por Brighton, Chievo (novamente), Racing, Aldosivi, Deportivo Móron, Barletta, Paradiso e Dubai City. Atualmente com 35 anos, o lateral argentino não esquece aquela noite de fevereiro de 2013...