Ricardo Ribeiro, presidente da Casa do Benfica de Fafe, num momento com Rui Costa.
Ricardo Ribeiro, presidente da Casa do Benfica de Fafe, num momento com Rui Costa.

Em Fafe dominou Rui Costa e até Vieira ficou em segundo

No ato eleitoral do passado dia 25 de outubro, o atual presidente do Benfica foi a escolha entre os sócios fafenses; o ex-líder acabou no segundo lugar, mesmo sendo uma terra na qual reúne afetos e Noronha Lopes foi apenas terceiro

Na primeira das eleições para os Órgãos Sociais do Benfica, Rui Costa, atual presidente, levou vantagem a nível nacional e Fafe seguiu essa tendência. A Lista G obteve 5.118 votos na votação para a direção, sendo que o ex-líder Luís Filipe Vieira (Lista E) ficou na segunda posição com 2.906. Na cidade minhota, João Noronha Lopes (Lista F) surgiu apenas no terceiro lugar com 2.704 votos. A Lista C de João Diogo Manteigas conseguiu atingir o milhar, com 1.230, e as restantes tiveram uma votação residual: Lista B (Martim Mayer) - 186 e Lista D (Cristóvão Carvalho) - 53.

Votação na Casa do Benfica de Fafe

A segunda volta vai colocar frente a frente Rui Costa e João Noronha Lopes e A BOLA foi à Casa do Benfica de Fafe procurar perceber o sentimento geral dos associados encarnados e também a tendência de voto.

Ricardo Ribeiro, conhecido no seu círculo mais íntimo como Serra, é o presidente e gentilmente abriu as portas ao nosso jornal, fazendo-se acompanhar da sua esposa Anabela Fernandes e ainda de Leandro Alves que explora o aspeto comercial do espaço. O consenso generalizado em torno de Rui Costa é uma realidade e a boa prestação de Vieira também não é de admirar.

«Até pensei que pudesse haver mais votos ou votantes em Luís Filipe Vieira aqui em Fafe, pois havia algum descontentamento em relação a Rui Costa e julguei que fosse mais renhido. Fafe sempre foi uma terra com vários apoiantes do ex-presidente e na minha opinião não ganhou devido aos casos de justiça nos quais se vai vendo envolvido, se bem que ainda nada foi provado. As pessoas não querem um presidente com essa bagagem ou que se esconda atrás da instituição, podendo o Benfica sofrer consequências», revelou Ricardo Ribeiro.

Numa terra que viu Rui Costa nascer para o futebol, pois foi na Associação Desportiva de Fafe que despontou para o estrelato, após ter sido cedido pelas águias em 1990/91, o carinho e o reconhecimento do caráter ainda estão muito presentes.

«Rui Costa, que conheço pessoalmente, é das pessoas mais humildes com quem já privei e, por vezes, até peca por causa disso mesmo em algumas tomadas de decisão e de posição em que podia ser mais firme. Mas estes quatro anos foram de aprendizagem e se efetivamente ganhar, terá um mandato melhor, pelo menos mais preparado vai estar, com certeza.»

O presidente da Casa de Fafe acredita que a intenção de voto se vai manter para a segunda volta e que o atual líder das águias vai voltar a vencer. Aliás, até nos confessou que de entre as pessoas que, normalmente, frequentam o espaço não encontra muitos apoiantes de Noronha Lopes, sendo que explicou o que sucedeu no ato eleitoral do passado dia 25 de outubro.

«Acredito que Rui Costa vai voltar a ganhar e até nem há muitos apoiantes de João Noronha Lopes. O facto é que veio aqui votar muita gente dos arredores, porque no distrito, apenas havia mesas em Braga, Vila Nova de Famalicão, Barcelos e aqui em Fafe. Por isso, por exemplo, de Vizela que tem uma casa forte, este ano não teve urna, e por isso vieram aqui, tal como sócios de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e mesmo de Guimarães.»

A sua esposa Anabela Fernandes ia concordando e confirmando que o ambiente que vai sentindo em Fafe é em torno do atual dirigente máximo dos encarnados. O mesmo sucedia com Leandro Alves, pois sendo o homem que normalmente está atrás do balcão, sabe como ninguém aquilo que as pessoas lhe vão revelando na hora do café e dos jogos do Benfica.

A votação da primeira volta, em Fafe, foi em larga escala, também devido à deslocação de associadas, e com 717 votantes superou mesmo cidades como Vila Nova de Famalicão (710) e Barcelos (678), o que também representou um recorde e uma noite bem longa.

«Acabou por ser um ato eleitoral complicado, pois foi desde as 7 da manhã até às 5.30 horas do dia seguinte, praticamente 24 horas e ainda mudou a hora… No entanto, a parte mais triste foi, infelizmente, o facto de as pessoas terem de estar fora das instalações para a contagem dos votos, mesmo quem gere a casa. Respeita-se e compreende-se, no entanto já foi tudo exposto ao Benfica», afirmou Ricardo Ribeiro que ainda encheu o peito ao falar do recorde mundial de votantes. 

«É um orgulho enorme e se fosse com voto eletrónico, este número ia atingir patamares inalcançáveis.»

Numa projeção da segunda volta, o presidente da Casa do Benfica de Fafe apenas espera que se repita o cívismo vivido no dia 25 de outubro e o desejo é unânime entre os presentes, nesta visita de A BOLA.

«O voto é de cada um e que escolham quem quiserem, mas independentemente do vencedor, a única coisa que pedimos é que faça um bom trabalho», replicaram todos.

Já sobre a chegada de José Mourinho, o dirigente da casa fafense elogiou a jogada de Rui Costa, assim como as capacidades do técnico para estar à frente da equipa de futebol das águias.

«Mourinho foi uma grande aposta, porque veio fazer uma revolução, pois mesmo não sendo aquele que conhecíamos há uns anos, continua a ter um nome de enorme peso e um passado repleto de sucesso.»