É desta, Cristiano? Jesus e Félix para ajudar Ronaldo a voltar à glória
É desta, Cristiano? A liga saudita está de regresso e o internacional português parece bastante confiante de que esta será a época em que vai conseguir conquistar o seu primeiro título na Arábia Saudita, com foco principal no tão desejado campeonato.
Esse objetivo esteve muito perto de ser cumprido no último sábado, mas o Al Nassr desperdiçou por duas vezes a vantagem no marcador, incluindo nos minutos finais, e acabou por ser derrotado pelo Al Ahli nas grandes penalidades da final da Supertaça, apesar de Ronaldo ter feito o seu trabalho - golo 100 pelo clube e 939 da carreira.
Mesmo assim, verificaram-se melhorias claras nos primeiros dois jogos oficiais com a chegada de Jorge Jesus e estamos apenas no início da época. O técnico luso sabe muito bem o que é vencer a liga saudita - consegui-o pelo Al Hilal em 2023/24, para além de ter conquistado outros quatro títulos (3 Supertaças e 1 Taça) – e pode ser aquilo que o clube precisa para finalmente ganhar o campeonato. Isso não acontece desde 2018/19, na altura com Rui Vitória ao leme.
A qualidade do plantel do Al Nassr parece ter subido de nível, com as chegadas de João Félix e Kingsley Coman para o ataque, juntando-se a Mané, Wesley, Ângelo e Ronaldo. Brozovic controla o meio-campo e Iñigo Martínez rendeu o compatriota Laporte na parceria com Simakan na defesa. Otávio também está fora das contas e fala-se ainda de mais uma mudança no plantel: Jesus não estará satisfeito com Bento e pode haver troca na baliza até ao final do mercado.
Para os mais ligados à estatística, a chegada de Coman até pode ser um trunfo para Ronaldo e companhia: o francês tem um histórico impressionante de títulos e venceu a liga do respetivo país em todas as épocas enquanto profissional, exceto a de 2023/24 no Bayern, quando chegou o enguiçado Harry Kane, mas na temporada seguinte recuperou o título. Manterá o registo?
O Al Nassr entra em campo na sexta-feira, no terreno do Al Taawon, tal como o Al Hilal, que recebe o Al Riyadh, mas é o Damac-Al Hazem quem dá o pontapé de saída no dia anterior, sendo que o jogo de cartaz é o Al Ahli-Neom SC, também esta quinta-feira. Já o campeão em título Al Ittihad joga fora, em casa do Al Akhdoud, no sábado.
Quatro candidatos ao título?
A verdade é que, apesar das boas perspetivas do Al Nassr para a nova época, este campeonato promete ser ainda mais renhido do que nos últimos anos. O Al Ittihad, de Danilo Pereira, manteve a base de jogadores e equipa técnica, e não fez nenhuma contratação de peso, procurando o bicampeonato.
Já o Al Hilal é agora orientado por Inzaghi, ex-Inter, e a prestação no Mundial de Clubes foi positiva, ao eliminar o Manchester City nos oitavos e empatar com o Real Madrid na fase de grupos. A equipa de Rúben Neves e João Cancelo fez apenas duas contratações cirúrgicas neste defeso: Darwin Núñez ao Liverpool por €53M e Theo Hernández ao Milan por €25M, esperando-se algumas saídas no imediato (demasiados estrangeiros para poucas vagas), incluindo Marcos Leonardo, outro ex-Benfica, que não foi inscrito na liga.
Também o Al Ahli, carrasco do Al Nassr na Supertaça, fez apenas uma grande contratação: o jovem Enzo Millot do Estugarda, por €30M. Depois de vencer a Champions Asiática, o objetivo é melhorar a classificação na liga saudita, na qual terminou apenas em quinto lugar na época passada, e, quem sabe, voltar a vencer a competição. Por outro lado, saíram Gabri Veiga, Saint-Maximin, Roberto Firmino, entre outros, mas nomes que já não tinham assim tanto peso no onze inicial.
Investimento reduziu
Registou-se claramente uma descida significativa comparativamente com a última temporada em termos de milhões de euros gastos em contratações e não é por acaso. A Arábia Saudita tem planos para reduzir as despesas no futebol e Al Nassr, Al Hilal, Al Ittihad e Al Ahli, que pertencem ao Fundo de Investimento Público do país, vão ser colocados à venda para investidores.
Na última temporada, estes quatro clubes gastaram mais de €100M e, nesta janela, nenhum ultrapassou esses valores. Só o Al Qadsiah, que se está a tentar intrometer entre os grandes, investiu bastante: o grande reforço é Retegui, melhor marcador da Serie A em 2024/25, que vem substituir Aubameyang e que quebrou o recorde de transferência no clube, ao custar €68M. Além do italiano, ainda gastaram quase outros €50M em cinco jogadores.
O segundo clube mais gastador foi o recém-promovido Neom SC. Ao todo foram €90M e o mercado procurado foi claramente o francês, influenciado também pela chegada do novo treinador, Christopher Galtier: Zézé (€20M ao Nantes), Bulka (€15M ao Nice), Koné (€13M ao Reims), Benrahma (€12M ao Lyon), Bouabré (€10M ao Mónaco), Lacazzette (a custo zero do Lyon) e ainda Doucouré ao Everton. Além disso, gastaram quase €20M em jogadores sauditas da principal divisão para este regresso em grande.
Ao contrário do que diz Cristiano Ronaldo, a liga saudita ainda está muito longe de ser uma das principais ligas do mundo, mas uma coisa é certa: a competitividade está a aumentar e esta época promete.