Guilherme Schettine bisou no encontro e já tem quatro golos na Liga. (FOTO: Manuel Fernando Araújo/LUSA)

Diferença nos arranques marcou o dérbi vimaranense (crónica)

Com dois golos de Schettine a abrir a segunda parte, os cónegos somaram mais três pontos; conquistadores entraram melhor no jogo, mas não tiveram eficácia; equipa da casa com o melhor início de sempre na Liga

Com dois golos no início da segunda parte, o Moreirense levou a melhor no dérbi da cidade, perante o V. Guimarães (2-0), registando o seu melhor arranque de sempre na Liga, somando agora nove pontos.

Os conquistadores entraram no dérbi com vontade de chegar cedo ao golo e tiveram logo dois remates no alvo. Primeiro por Nélson Oliveira e depois por João Mendes, mas Caio Secco mostrou-se seguro em ambas as ocasiões, evitando um dissabor para os cónegos. A tendência manteve-se, apesar da tentativa tímida de Kiko Bondoso, pelos 14’, mas aos 17 minutos, o Vitória esteve novamente perto do golo. Após um livre lateral batido por Tiago Silva, Nuno Santos falhou o desvio, já na pequena área.

As bolas paradas foram assumindo um papel preponderante e, pouco depois, após um canto, Gustavo Silva viu a bola vir ter com ele, mas foi apanhado de surpresa e não conseguiu a finalização.

A partir daqui, o ritmo baixou bastante e o jogo começou a ser bem disputado a meio-campo. Apenas registo para uma tentativa de golo olímpico, por parte de Alan, que ao ver Charles adiantado tentou o chapéu de muito longe, mas este saiu sem força suficiente para incomodar o guardião vimaranense.

No reatamento inverteram-se os papéis, com o Moreirense a entrar a todo o gás, mas foi mais eficaz colocando-se a vencer por 2-0, ainda antes dos 50 minutos, com um bis de Guilherme Schettine. O primeiro surgiu após uma carambola, sendo que Alan nunca desistiu do lance, recuperou a bola, colocou-a no interior da área e o avançado brasileiro encostou com qualidade. O segundo resulta de uma jogada espetacular de Kiko Bondoso pela esquerda, deixando Miguel Maga mal na fotografia e depois a fazer o cruzamento perfeito para o ponta de lança cabecear de forma certeira.

O terceiro quase surgiu logo a seguir, depois de um enorme passe de Afonso Assis, que entrou para a 2.ª parte para substituir Ofori, a encontrar Francisco Domingues que cruzou, mas o remate de Schettine foi intercetado.

Até final, o Moreirense fechou bem o encontro e até beneficiou da melhor oportunidade, num contra-ataque, mas o remate de Cédric Teguia saiu por cima. A eficácia nos arranques das respectivas partes fez toda a diferença, nesta partida, em que o avançado brasileiro, de 29 anos, dos cónegos voltou a demonstrar que está numa forma incrível e já leva quatro golos em três jogos.

Melhor em campo: Guilherme Schettine (nota 8)
O avançado brasileiro picou o ponto duas vezes, neste dérbi vimaranense, mostrando uma eficácia acima da média, sendo que já leva quatro golos, em três jogos, neste arranque de temporada. No primeiro tento apareceu no sítio certo, como lhe competia, e no segundo cabeceou com toda a certeza de que ia colocar a bola no fundo das redes do adversário.

As notas dos jogadores do V. Guimarães: Charles (4), Miguel Maga (4), Miguel Nóbrega (5), Rodrigo Abascal (5), Vando Félix (5), Tiago Silva (5), Tomás Handel (6), João Mendes (5), Nuno Santos (5), Nélson Oliveira (5), Gustavo Silva (5), Oumar Camara (5), Alioune Ndoye (5), Telmo Arcanjo (5), Beni Mukendi (5) e Orest Lebedenko (5).

A figura: Tomás Handel (nota 6)
A sua calma na zona intermediária é uma característica que o distingue e, num jogo desta importância, acabou por ser o mais esclarecido, com bom posicionamento e a recuperar várias bolas. Muito ativo no início da partida, conduzindo a bola e os seus companheiros para o ataque, assumindo muito bem o papel de capitão que lhe foi designado para esta época.

Luís Pinto

Na primeira parte conseguimos ser muito pressionantes e retirar as intenções ofensivas ao Moreirense. Tivemos oportunidades, mas não fomos agressivos o suficiente para conseguirmos fazer golo. Na segunda parte, ficámos no balneário e não podemos admitir esta forma de estar em campo. Uma coisa é jogar mal, mas esta atitude não pode acontecer.

Vasco Botelho da Costa

O mais positivo [na 1.ª parte] foi que continuamos sempre a tentar, sem nos expormos ao erro, não me lembro de ocasiões perigosas do V. Guimarães. O intervalo serviu para ajustar e conseguimos aquilo que pretendíamos para o jogo, gerando desconforto na equipa adversária e os golos acabaram por nos ajudar a vencer este encontro.