Dez super-estádios (com custos astronómicos) que vão marcar os próximos anos

São cada vez mais os clubes interessados em renovar os seus estádios, de forma a ter um rendimento maior e proporcionar uma melhor experiência para os seus adeptos, mas nem todos têm essa capacidade de investimento. Manchester United, Flamengo e Roma são algumas das equipas que têm um grande projeto, a longo prazo, mas também há nomes surpreendentes nesta lista. 

Um dos exemplos nem diz respeito propriamente a um clube: a Sérvia, que tem como objetivo construir um estádio para a sua seleção nacional e que está disponível para gastar um total de mil milhão de euros, de acordo com o StadiumDB. Este é, sem dúvidas nenhumas, o maior investimento na história do desporto em território sérvio, que vai ter capacidade para 52 mil pessoas. O plano arrancou em 2019, tendo sido atrasado pela pandemia, esperando que seja completado no final de 2026. Aleksandar Vucic, presidente da Sérvia, revelou que este vai ser o palco da final da UEFA Europa League em 2027/28, após uma conversa com Aleksander Ceferin, presidente da UEFA.

De seguida temos precisamente o projeto da Roma, em que o número de espetadores sobe, para 56 mil, assim como os custos, estimados acima de 1,1 mil milhões, segundo a Gazzetta dello Sport. A apresentação final do projeto está marcada para o dia 21 de abril, depois de vários entraves que motivaram vários adiamentos. Estava planeado que o estádio fosse inaugurado no ano centenário do clube, em 2027, mas os donos reveleram que deverá estar pronto apenas em 2028.

Em oitavo lugar, com 63 mil lugares, está o novo estádio dos Jacksonville Jaguars, da NFL. Este é apenas um dos três recintos de equipas de futebol americano nesta lista, e o mais barato, apontando aos 1,5 mil milhões, segundo a própria equipa. Os donos aprovaram o plano em 2024 e a construção deve começar este ano, sendo que está a ser estudada ainda a possibilidade de uma mudança condicional até 2027, enquanto a obra fica concluída, ou adotar uma casa emprestada. Referir ainda que em jogos de Futebol Universitário a capacidade pode subir até aos 71 mil lugares.

Logo de seguida temos os Chicago Bears, com valores semelhantes relativamente aos espetadores (65 mil), embora o custo seja muito superior: 2,5 mil milhões, segundo a própria equipa. Os donos acreditam que vai criar um impacto económico enorme e imediato em Chicago, pelo que estão disponíveis para pagar 70% desse valor. A construção vai começar este verão e a abertura está apontada para daqui a três anos. Tal como o dos Jaguars, este estádio também vai ter a tecnologia necessária para, por exemplo, baixar ou aumentar a temperatura em 15 graus.

Também os Caroline Panthers querem remodelar o seu estádio, passando a ter 75 mil espetadores, num projeto que vai custar 2 mil milhões, segundo o próprio clube. New Bank of America Stadium tem sido a casa da equipa da NFL nos últimos 30 anos, em Charlotte, e assim continuará a ser, até porque o objetivo inicial era construir um novo estádio, mas, devido a problemas legais, essa ideia foi completamente abandonada.

Voltando ao futebol, temos o caso de Inter e Milan, rivais que partilham atualmente San Siro, mas que têm um plano para construir um novo estádio: A Catedral. Passariam dos cerca de 76 mil lugares para... 70 mil, deixando o palco histórico, que está quase a completar 100 anos, em 2026, e que vai ser demolido. O custo está apontado para os 1,3 mil milhões, segundo a Gazzetta dello Sport, e os frutos só vão ser colhidos em 2029/30, embora os planos tenham começado já há mais de cinco anos. Naturalmente, encontraram muitos problemas pela frente.

O Flamengo, único clube sul-americano nesta lista, tem planos para deixar o Maracanã, partilhado com o Fluminense, e construir um estádio com 60 metros de altura e capacidade para 78 mil pessoas. O projeto foi apresentado no final do ano passado e a previsão é que as obras terminem a 15 de novembro de 2029. Os custos não devem ultrapassar os mil milhões de euros, segundo o Globo Esporte, embora a antiga direção tivesse em mente valores mais baixos, mas rapidamente percebeu-se de que isso não seria possível.

No top-3 de estádios com o maior número de espetadores está o King Salman International Stadium, em Riade, na Arábia Saudita, que vai ser, sem dúvidas nenhumas, o mais caro do mundo: estima-se que possa chegar aos 8 mil milhões de euros (!), de acordo com o StadiumDB. Este palco faz parte do grande projeto saudita, tendo em vista o Mundial 2034. Espera-se que seja construído até 2029 e vai ter uma capacidade de 92 mil pessoas. Esta vai ser também a nova casa da seleção saudita e provavelmente o grande palco da final do Campeonato do Mundo.

Regressando ao futebol europeu, mas apenas brevemente, o Manchester United também tem um plano para substituir Old Trafford, embora mantendo o nome, numa operação que vai custar cerca de 2 mil milhões de euros, segundo a imprensa inglesa, que afirma ainda que este novo estádio pode gerar cerca de 7 mil milhões de euros para a economia do país. Os custos diminuem, comparativamente com o anterior, mas os números de lugares aumentam: 100 mil pessoas! No entanto, há também a possibilidade de remodelar o estádio atual, mas, nessa situação, o aumento da lotação não seria tão significativo, de 76 mil lugares para 87 mil. Sir Jim Ratcliffe, dono do United, já falou sobre o assunto e explicou que a primeira opção é a que tem mais benefícios, mas a decisão final será tomada apenas no verão.

Por fim, em Marrocos, o objetivo é construir um dos maiores estádios do mundo, Hassan II, com capacidade para 115 mil adeptos, em Benslimane, perto de Casablanca. No entanto, o custo não deve ultrapassar os 700 milhões de euros, números inferiores a todos os outros palcos desta lista, de acordo com o StadiumDB. Este vai ser um dos estádios marroquinos para o Mundial 2030, competição em que o país africano se juntou a Portugal e Espanha para receber o torneio. As construções começam este ano e terminam em 2028, portanto bem a tempo do tão esperado Campeonato do Mundo.

Artigo originalmente publicado a 3 de março de 2025