Cristóvão Carvalho: «Sonhos também eu tenho, mas eu sei o Benfica que quero»
Ao contrário dos restantes candidatos para a Presidência do Benfica, Cristóvão Carvalho afirmou que as infraestruturas não são um dos problemas principais do Benfica e que há outras prioridades antes de começar a pensar no assunto, lembrando a necessidade de equilibrar as contas, apesar de admitir uma reestruturação.
«A manutenção deixa muito a desejar, quer no Estádio, quer no Seixal. Tem de se aumentar a lotação do estádio no máximo para os 15 mil espectadores, a fan zone não é do agrado dos sócios, temos de a modernizar e criar um inferno antes da entrada no estádio. Nas modalidades temos de pensar em construir um novo complexo, julgo que este não é este o sitio certo, terá de ser nas imediações de Lisboa. Temos de amplair e modernizar o Seixal, o nosso pote de ouro. Deve-se incluir ainda o lar do Benfica e a Escola Internacional do Seixal. Acho que se deve adquirir as instalações da Farmácia Franco e instalar a fundação Benfica no sítio emblemática onde nascemos», disse em debate, avançado para a questão financeira.
«Os números do Benfica não são bons e temos de trabalhar nisso.. O meu objetivo é elevar as receitas para €450M em 4 anos e €700M em 8. Este processo leva tempo. Quero terminar com a venda em massa de jogadores. Aqui concordo com Luís Filipe Vieira: sem dinheiro não resolvemos o problema, mas €200M não chega. €400 M foi a linha de crédito que encontrei para ter 100 milhões por ano para fazer o que todos dizem que vão fazer: sem o garrote financeiro reestruturar a dívida. Tenho este valor pronto para o dia seguinte às eleições», explicou, analisando as modalidades e o futebol feminino, no qual «perdeu o barco».
«Fomos ficando para trás com falta de investimento. Temos muitas possibilidades de ganhar um título europeu. Neste momento o Benfica tem essa possibilidade, julgo que será possível investir muito mais. Falta aproveitar sinergias do futebol masculino para o feminino. Sente-se cada vez mais um carinho dos adeptos. Ainda vamos a tempo de fazer o investimento», frisou o advogado.
«Foi muito difícil perceber quanto se gastava nas modalidades, na última AG tivemos mais algumas informações e percebemos que haverá muito trabalho a fazer. Teremos de dar um passo atrás em algumas, para dar dois à frente em outras. Em Portugal existem excelentes jogadores de hóquei e futsal, não vejo necessidade de investir lá fora. Temos de apostar em duas modalidades de referência para jogar Superligas», atirou.