Com 'hat trick', Pablo canta de galo no Bessa (crónica)
Pablo Felipe cantou de galo no Bessa e marcou um hat trick na vitória do Gil Vicente contra o Boavista (3-1). O filho do ex-goleador de FC Porto e SC Braga, Pena, viveu uma noite de sonho que permitiu aos gilistas voltaram aos triunfos nove jogos depois.
Dois minutos podem ser uma eternidade ou pode passar num piscar de olhos, não é Gil? No arranque da segunda parte, o conjunto de Barcelos marcou dois golos em dois minutos (55m e 57m) e vergou a equipa da casa.
Com duas pancadas fortíssimas, a pantera nunca mais se reergueu e desapareceu quase por completo da partida. Insaciáveis, os gilistas aplicaram o derradeiro golpe novamente por Pablo (65m).
A história do jogo ficou resumida a tremenda eficácia do Gil Vicente no arranque da segunda parte. No entanto, é justo reconhecer que os gilistas jogaram melhor na primeira metade embora o número de oportunidades até tenha sido idêntico – uma para cada lado.
De resto, a equipa de César Peixoto jogou como quis na primeira fase de construção e libertou-se sempre com facilidade da tentativa de pressão do oponente. Faltou, porém, acelerar e aproveitar os espaços. Ainda assim, Tidjany Touré (22m) e Bermejo (28m) conseguiram dar os primeiros sinais de perigo enquanto Pablo obrigou Vaclík a defesa apertada (32m).
Por sua vez, a pantera apresentou um jogo desgarrado, sem uma matriz capaz de ser identificada a olho nu. O reflexo de uma equipa que ainda procura a sua identidade… em abril. Por isso, os passes errados e as más ligações foram recorrentes. A exceção foi um cruzamento de Kurzawa que Koné desviou para as mãos de Andrew (43m) – primeiro remate à baliza contrária na primeira parte.
O que o Boavista apresentou na etapa inicial ficou aquém, sobretudo para uma equipa que precisa de sair rapidamente do último lugar. Incrivelmente, conseguiu fazer pior na etapa complementar (por mérito do Gil, diga-se) e acabou derrotado categoricamente mesmo tendo jogado com mais um nos dez minutos finais. O golo de honra anotado por Bozeník, de penálti nos descontos, não atenuou a má exibição.
Os axadrezados continuam com apenas três triunfos na Liga, afundados no último lugar da tabela classificativa e sem exibir sinais de retoma - podia ser mentira de 1 de abril, mas não é. Já o Gil Vicente venceu pela primeira vez desde a chegada de César Peixoto e ganhou novo fôlego na luta pela permanência.
As notas do Boavista: Vaclik (4), Kakay (4), Abascal (3), Fogning (4), Kurzawa (4), Vukotic (5), Seba Pérez (4), Van Ginkel (4), Reisinho (3), Bozeník (5), Koné (4), Diaby (5), Ariyibi (5), Lystsov (4), Joel Silva (4) e Ibrahima Camará (4).
As notas do Gil Vicente: Andrew (6), Zé Carlos (5), Buatu (6), Rúben Fernandes (5), Sandro Cruz (6), Cáseres (6) Bamba (5), Fujimoto (7), Bermejo (6),Tidjany Touré (5), Mutombo (5), Aguirre (6), Mboula (5) e Santi García (5).
As reações dos treinadores
Lito Vidigal (Boavista)
Continuo a acreditar na manutenção. É mais difícil, mas acredito. Era um jogo importante e a vitória deixava-nos numa outra posição. A derrota custa mais por isso. Aqui ninguém desiste, já falei com os jogadores. Vamos trabalhar e acreditar até ao fim.
César Peixoto (Gil Vicente)
Foi um grande jogo. Tivemos a atitude certa com e sem bola. Fizemos três golos e podíamos ter feito mais. Foi pena o golo no final, preferia não ter sofrido. Os jogadores precisavam desta vitória há imenso tempo, parabéns. Esta vitória é deles.