'Hat trick' perfeito do perfeito goleador da Liga (as notas do Benfica)

Pavlidis marcou de cabeça (36’), pé direito (57’) e pé esquerdo (70’) e teve uma prenda no sapatinho no terceiro golo. Aursnes assistiu em dois golos e marcou o quarto, igualmente com uma prenda de Natal
(8) Pavlidis
Os ingleses quase inventaram o futebol e inventaram uma expressão que existe há mais de 100 anos para definir, no futebol, quem marca três golos: ‘hat trick’. Mais tarde, acrescentaram um adjetivo: perfeito. O ‘hat trick’ perfeito é de quem marca três golos sem ninguém fazer algum pelo meio e, além disso, sendo um marcado de cabeça, outro com o pé direito e outro com o esquerdo. Foi esta a sequência de Pavlidis: cabeça (36’), pé direito (57’) e pé esquerdo (70’). O ‘hat trick’ perfeito de uma exibição perfeita, apesar de poucas bolas de jogo e de o terceiro golo ter sido uma oferta inesperada de Gilberto Batista. Porém, desta prendinha pré-Natal não tem culpa o arguto Pavlidis. O grego fora ultrapassado por Luis Suárez, na véspera, no topo da lista de goleadores da Liga, mas, em Moreira de Cónegos, Pavlidis recolocou tudo como estava antes da jornada: líder da BOLA de Prata.

(6) Trubin - Exibição de guarda-redes de equipa grande. Poucas intervenções e sem qualquer erro. O Moreirense não criou grandes oportunidades de golo e as que criou o ucraniano resolveu de forma perfeita.

(6) Dedic - O Moreirense não atacou muito pelo lado direito da defesa encarnada e, por isso, o bósnio teve noite tranquila a tapar os caminhos para Trubin. Nas manobras ofensivas mostrou-se intenso e atrevido, a começar, desde logo, pelo cruzamento para a cabeça de Sudakov. Pouco depois, percebeu que Otamendi ia fazer lançamento longo, desmarcou-se, recebeu a bola e, já na área, não finalizou como pretendia, mas mostrou capacidade atacante.

(7) Tomás Araújo - Muito bem, à entrada do jogo, a tapar a progressão de Landerson sobre a esquerda do ataque do Moreirense, impedindo que o jovem brasileiro criasse ainda mais perigo. Continuou a servir de forte tampão às iniciativas do adversário e, aos 37’, é ele quem descobre Aursnes na direita, para o norueguês cruzar para o golo de abertura.

(7) Otamendi - Imperial a defender a área de Trubin e ousado em algumas jogadas ofensivas, como no longo lançamento, ainda antes do primeiro golo, para Dedic criar potencial perigo na direita.

(6) Dahl - Algumas dificuldades iniciais frente ao rápido e atrevido Diogo Travassos. Porém, com o passar dos minutos, as dificuldades foram diminuindo e o sueco pôde, assim, avançar bem mais no terreno.

(5) Ríos - Cometeu alguns erros na construção, perdendo bolas desnecessárias, não estando ao nível dos últimos jogos.

(6) Barrenechea - Importante a defender a baliza de Trubin em algumas bolas por alto. Bem ativo, depois, na construção do Benfica, embora sem lances de grande perigo.

(7) Aursnes - Há canivetes suíços, que servem para resolver quase todos os problemas, mas há também os canivetes noruegueses. É o caso de Aursnes, Frederik para os treinadores. Parece estar a recuperar o nível a que habituou os benfiquistas e esteve em três dos quatro golos. Assistindo em dois dos três de Pavlidis e marcando o último, com um chapéu notável após falha incrível do guarda-redes André Ferreira.

(5) Leandro Barreiro - Lutou, correu, suou e levou uma pancada de Stjepanovic, aos 29’, que o deixou muito queixoso. Aguentou ao intervalo, mas não regressou, substituído por Rodrigo Rêgo.

(6) Sudakov - Não mordia, mas já morde. Não morde ainda como um tigre, mas já não morde como um gatinho. Talvez por isso, por entre algumas jogadas bem interessantes do ponto de vista técnico, não deu demasiadamente nas vistas. Podia ter marcado, aos 21’, mas o desvio de cabeça após cruzamento de Dedic não lhe saiu bem.

(5) Rodrigo Rêgo – Foi jogar na direita, quase encostado à linha, mas optando também, muitas vezes, pelo corredor central. Não teve êxito, mas foi tentando. O que é sempre de louvar.

(4) Schjelderup – O resultado estava feito e não teve de empregar-se a fundo para mudar o que decidido estava.

(4) Ivanovic – Tentou arrancar algumas jogadas ao nível das que teve frente ao Nápoles, mas, com 4-0, tudo estava resolvido.

(4) Manu Silva – Cerca de dez minutos no lugar de Barrenechea, ocupando zonas de 8 e de 6. Entrou quando o Benfica já vencia por 4-0 e, assim, deu mais uns passos seguros rumo à total recuperação física e mental, depois da longa lesão.

(-) José Neto – Mais uns minutinhos em campo para se ir habituando ao jogo dos seniores.