CEO da Fórmula 1 confirma Portugal como hipótese para receber Grande Prémio
Portugal demonstrou interesse em receber um Grande Prémio de Fórmula 1, confirmou esta sexta-feira Stefano Domenicali, CEO da disciplina rainha do desporto automóvel, que, no entanto, frisou que as vagas disponíveis são poucas e os candidatos precisam de solidez financeira, e que o investimento deverá incidir igualmente na sustentabilidade ambiental.
Estas são as primeiras declarações dos gestores da Fórmula 1 após o primeiro-ministro Luís Montenegro ter avançado há cerca de um mês, no comício do PSD no Pontal, que «em breve estaria em condições de garantir o regresso da F1 a Portimão em 2027».
Com exceção de Ímola, que realizou a sua última corrida este ano, Zandvoort, que sai do calendário após 2026, e Barcelona, que pode ou não continuar após o próximo ano, os restantes circuitos da F1 têm contratos de longa duração que os estendem até 2030 ou mais.
«Longo prazo significa a capacidade de distribuir os investimentos já feitos ou planeados. Temos muitos pedidos», disse o CEO da F1, Stefano Domenicali, a um grupo restrito de meios de comunicação.
«Em 2026, Zandvoort vai receber o seu último Grande Prémio, por isso estamos a discutir novas adições, incluindo eventos alternados. Mas não serão muitos: um ou dois, nada mais. O Barcelona está interessado numa vaga alternada», explicou o italiano.
«Há Portugal, a Turquia e, recentemente, Hockenheim – que tem um novo proprietário –, que demonstraram interesse. O mais importante que os potenciais anfitriões devem compreender é que há muito poucas vagas disponíveis, pelo que aqueles que se sentam à mesa precisam de solidez financeira».
«Hoje, a situação é diferente de há alguns anos, não só pelo que é necessário para entrar na F1, mas também pelo que é necessário investir. Não nos podemos esquecer que estamos a investir fortemente na sustentabilidade: todos os promotores devem estar prontos para cumprir as normas de neutralidade carbónica de 2030», afirmou Domenicali.
«Os eventos que recebem 450 a 500 mil pessoas vão enfrentar desafios na energia, na gestão geral e tudo o resto. Estamos a trabalhar seriamente nestas questões e os promotores precisam de alinhar. Aqueles que não estiverem prontos não poderão organizar o evento», concluiu o diretor geral da Fórmula 1.
Enquanto isso, a candidatura da Tailândia sofreu um forte revés, após a queda política da primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra, principal impulsionadora da ideia de uma corrida de rua em Banguecoque. O futuro próximo do calendário também terá mudanças: Zandvoort (Países Baixos) acolherá a sua última corrida em 2025, abrindo espaço a novas localizações. Domenicali admitiu ainda que haverá apenas «uma ou duas» substituições, e Barcelona pode entrar num sistema de rotação.
Portugal recebeu a Fórmula 1 em Portimão em 2020 e 2021, durante a pandemia, e volta agora a estar entre as opções para o regresso da categoria-rainha do desporto motorizado.