«Centralização? A FPF está preparada» 

— No passado já falámos da centralização e desse elefante na sala que continua cá. Atualmente o ruído ainda é maior e a certeza ainda é menor. 

— Quando saímos deixámos o trabalho completamente feito na Liga. Estava tudo orientado e foi assim que nós deixámos essa parte. 

— Não aceita críticas de quem diz que Pedro Proença nada fez quando estava na Liga em relação à centralização?  

— Claro que não aceito, porque é completamente mentira. Não posso aceitar uma coisa que sei que não é verdade. Fizemos tudo o que tínhamos para fazer até o momento em que lá estivemos, deixámos o dossiê preparado. Neste momento aguardamos que o futebol profissional nos diga como é que pretende que seja e nós cá estaremos para fazer a nossa parte. Obviamente teremos aqui um papel ativo, porque temos que o ter, mas neste momento aguardamos só que do outro lado nos transmitam o ponto de situação e o que é que se pretende em concreto. Qual é que é o objetivo que eles têm acima de mesa. 

— Duas décadas depois da primeira discussão sobre o tema a decisão está longe. Tem de ser sempre assim? 

— Vamos acreditar que vai correr tudo bem. Eu sou positiva e, portanto, daquilo que é a nossa intervenção, a Federação Portuguesa de Futebol, pode acreditar com esta equipa, tudo fará para que corra bem. 

— Mas, a Federação está preparada para ser uma alternativa àquilo que a Liga apresentar ou está confiante que da Liga virá a solução? 

— A Federação Portuguesa de Futebol está preparada para trabalhar em conjunto aquilo que for o melhor para o futebol português. 

—- Como é que defende que seja esse modelo de distribuição?

—- Eu não quero nem vou entrar nesse ponto em concreto, até porque ele está a ser debatido no local onde ele tem que ser debatido. Quando chegar até nós perceberemos em que moldes é que chega, como é que chega e tomaremos as decisões que tivermos que tomar, no sentido de garantir que a centralização acontece e acontece bem.

—- O Canal 11 pode ter um papel ativo neste futebol moderno e também nnessa centralização ou quer manter o canal à margem de todo este processo?

—- Vamos esperar para perceber o que é que vai acontecer quando agora o documento vier para ser apresentado e para nós validarmos. Neste momento não estamos preocupados com este ponto em concreto do Canal 11, estamos preocupados com a globalidade do processo.

—- Enquanto CEO da Federação Portuguesa de Futebol, qual é o papel do Canal 11 na estratégia que tem para esta nova Federação Portuguesa de Futebol?

—- O Canal 11 é importante, é uma forma de nós potenciarmos aquilo que são as nossas competições, em primeira instância, mas também os nossos sócios e as nossas associações distritais, que muitas vezes são tão esquecidas. Queremos muito aproveitar o Canal 11 e que sirva para mostrar aquilo que é o trabalho associativo e das associações de classe. Estamos a trabalhar muito nesse sentido, mas obviamente queremos que seja um espaço do futebol. Onde todos os agentes do futebol tenham a sua oportunidade de estar e de mostrar aquilo que vão fazendo.

—- Os custos do Canal 11 têm sido também analisados pela vossa direção. É sustentável financeiramente?

—- . Sabe que os Excel suportam aquilo que nós lá quisermos colocar. Muitas vezes brincamos um bocadinho com isso, mas não é nenhuma brincadeira. Nós temos que olhar para o Canal 11 como um investimento e não como um custo, porque se vamos olhar como um custo, se calhar temos uma opinião diferente daquela que temos atualmente. É um investimento e é nesse sentido que nós temos que potenciar este canal.