Carlos Vicens, treinador do SC Braga, não quer desculpas para o embate com o Sporting, apesar de ter tido menos um dia de descanso. Foto: Hugo Delgado/LUSA.

Carlos Vicens: «Sporting? Somos o SC Braga e temos objetivos!»

Treinador dos guerreiros do Minho espera dificuldades frente a um Sporting muito competitivo; técnico espanhol apelou à melhor versão que a sua equipa tem apresentado, nomeadamente nos jogos europeu; abordou as complicações com a viagem, mas não quer que sirvam de desculpa

Carlos Vicens, treinador do SC Braga, ficou satisfeito com a produção da equipa no embate europeu em que venceu (2-0) o Celtic, na Escócia, e deixou o apelo aos seus jogadores para dêm continuidade a esta versão, no embate deste domingo frente ao Sporting, no Estádio José Alvalade.

«Vamos jogar contra o bicampeão que tem uma forma bem definida de jogar, o Rui Borges tem feito um trabalho impecável. O Rúben Amorim tinha a coisa bem trabalhada e não era fácil dar continuidade, porém o Rui [Borges] conseguiu agarrar e ser campeão. São muito competitivos. Da nossa parte estamos contentes com a versão que apresentamos na Escócia, perante uma equipa difícil com vários argumentos e fomos uma equipa com alma, unida e que trabalhou muito para alcançar a vitória. Esse triunfo tem de nos dar a confiança para amanhã termos a mesma ideia, para encararmos os diferentes momentos do jogo com trabalho e luta. É um encontro difícil e só se ultrapassa este adversário juntos.»

O treinador, de 42 anos, ainda rejeitou a ideia de haver duas caras e voltou a insistir na ideia de união.

«Todos os jogos têm a sua dificuldade, todos os adversários apresentam desafios diferentes. O rival de amanhã é complicado, é um jogo bom para uma versão da nossa equipa que tem de aparecer de forma mais regular. A equipa tem de oferecer um determinado rendimento de forma mais regular. Sabemos do nível do rival, das coisas que vêm fazendo. Temos de encarar de forma séria, sermos capazes de competir, juntos, unidos e oferecer a melhor versão do SC Braga. Foi isso que fizemos no treino de hoje, depois da viagem que teve complicações devido à meteorologia e chegamos bastante tarde. Juntamo-nos, vimos como estamos e vamos para o jogo de amanhã com todos, pois são todos importantes. Também os jogadores que saem do banco têm de nos ajudar. Para manter a intensidade e o compromisso, esses jogadores têm de ajudar», explicou o técnico que ainda falou sobre o nível de energia da equipa, depois de ter feito seis alterações no onze na última partida.

«Foi o 15.º jogo, sendo mais do que a grande maioria das equipas em Portugal, por um lado foi bom para implementarmos as nossas ideias, mas também passamos por algum desgaste. Nas primeiras rondas tínhamos de passar e depois não queríamos perder pontos no campeonato. Temos de observar os perfis que queremos colocar a jogar e também os níveis de energia, precisamos de gente que possa dar o seu contributo máximo em campo. Também dos suplentes, porque os jogos são intensos e é necessário refrescar nos últimos 20 ou 30 minutos. Se esta temporada queremos fazer algo para alcançar os nossos objetivos, temos de contar com todos.»

No encontro com o Celtic, as mudanças acabaram por resultar, pois os arsenalistas realizaram uma exibição consistente e o líder bracarense sublinhou que não houve qualquer tipo de punição, devido ao mau resultado frente ao Nacional.

«Não castiguei ninguém, elegemos o onze com base nos perfis de cada posição e com os jogadores que nos podem dar mais em campo. Os mais frescos e sempre com a nossa ideia de jogo em mente. A equipa não me dá sinais nos treinos do que aconteceu com o Nacional. Trabalham sempre bem e dão tudo. Nesse jogo houve algo que não funcionou. Não acredito que tenha duas caras, os jogadores escutam a mensagem e estão comprometidos desde o início. Neste processo temos de conseguir que a forma como nos apresentamos seja sempre a mesma. Os jogadores não entram em campo sem vontade de ganhar. Aconteceu com o Nacional e amanhã temos de estar juntos, saber que vão haver momentos em que vamos passar mal, mas temos de ter a capacidade de chegar à frente e procurar a baliza contrária e isso tem de ser feito todos juntos.»

Carlos Vicens não se agarrou ao facto de terem tido problemas com o voo na quinta-feira e ainda sublinhou que a temporada é longa, havendo muito trabalho pela frente, apesar de já ter perdido 12 pontos na Liga.

«Não há desculpas. Temos de olhar para nós, porque tivemos problemas com o voo, não foi o ideal, mas temos de lidar com isso. Os jogadores ficaram aqui, treinamos e hoje já viajamos para Lisboa. Temos de ter todos preparados e também os que vão ficar no banco. Somos o SC Braga e temos objetivos definidos para a temporada que temos de tratar de os atingir. Estamos em outubro e é um processo. A equipa tem de melhorar no dia a dia, sempre a pensar em melhorar. Nem olhar muito para trás nem para a frente, sempre focados no presente. Depois temos de trabalhar muito bem durante a pausa internacional para estarmos preparados para o encontro da Taça de Portugal