Villas-Boas atirou em todas as direções
Villas-Boas atirou em todas as direções

Benfica, FC Porto e Sporting: que fizemos nós para merecer estes presidentes?

No lugar dos maus mestres ficaram os 'bons' alunos, mas o futebol português não pode continuar a arder, incendiado a cada palavra de mau gosto, suspeita ou discussão. É preciso punir. Sem recurso!

Porque não se calam? Porque não interessa. Porque assim se esconde fragilidades, se desvia atenções e não se discute o essencial. Mesmo recentes, são personagens iguais a tantas outras antes deles. Os dirigentes portugueses, de clubes e instituições, não querem viver em paz e de forma racional, preferem o pântano e a discussão de café, que os fatos bem-compostos ou as palavras mais cuidadas não disfarçam. Não vou discutir o frame, o agarrão ou a agressão. Joguem à bola!

A última conversa de Varandas com os jornalistas é uma aberração. Ultrapassa o bom-senso, soa não só a premeditado como a infantil. O silêncio, tão mas tão esperado, de um Proença que tenta passar, outra vez, entre os pingos da chuva, é também ensurdecedor. Sim, aquele que reclamou o prémio Calimero para os rivais foi o primeiro a lançar a própria candidatura. Queixou-se do que todos se queixam e, ultrapassando qualquer sentido de Estado, foi mais adepto do que dirigente. E aquele outro que foi defendido duas vezes, enquanto presidente e candidato, voltou à desculpa de que nada sabia, agora sobre dinheiro russo na Luz, horas antes de lançar o primeiro verdadeiro soundbyte da campanha: «Serei melhor presidente do que jogador.» Infelizmente para si, fosse no Benfica, na Fiorentina, no Milan ou na Seleção, fica difícil imaginar que aguentaria quatro anos a um nível como este.

Esqueçamos a péssima amostra de algo que ninguém quer comprar que surgiu no Dragão. Ninguém ganhou, fosse produto ou equipas. Nem mesmo os treinadores. A fazer descer as expetativas de jogo para jogo, Mourinho atravessou a limusina no meio-campo e, quando esta já não tapava tudo, trouxe finalmente o autocarro. Continua a ser forte a defender, mas não provou o essencial: consegue pôr o Benfica a atacar? E bem? Farioli foi ainda pior, não se entende. Quis soltar Varela com Rosário e deu os descontos para Mora — que continua a olhar como médio ofensivo em vez do segundo avançado ou o falso extremo que é — resolver. Teve medo de perder, mas todos perderam.

O FC Porto ao não ficar com sete de avanço, o Benfica ao não reduzir para um de atraso, o Sporting ao ficar exatamente como estava com o empate dos rivais e o SC Braga no fracasso do encurtar de distâncias, que o deixa em 8.º e com Vicens ainda em risco. E o que faz Salvador? O mesmo que os outros.

É a Liga dos queixumes e das queixinhas, e já não há o mínimo de paciência para tamanho teatrinho dos horrores.